O eletrocardiograma fetal é um exame fundamental para acompanhar a gestação, oferecendo maior precisão diagnóstica e segurança para a mãe e o bebê graças ao uso de tecnologia adequada e moderna.
Os cuidados no pré-natal são um dos pilares da medicina materno-fetal moderna, garantindo diagnósticos precoces e decisões clínicas mais seguras.
Entre os exames complementares que auxiliam nessa avaliação, o eletrocardiograma fetal destaca-se pela capacidade de analisar com precisão a atividade do coração do feto, oferecendo dados relevantes sobre sua vitalidade e possíveis alterações cardíacas.
Neste artigo, abordamos o funcionamento do exame, suas indicações, os principais tipos de equipamentos disponíveis e os avanços que têm aprimorado a prática obstétrica. Boa leitura!
O que é o eletrocardiograma fetal?
O eletrocardiograma fetal é um exame que avalia os batimentos cardíacos, oferecendo informações detalhadas sobre sua função cardíaca intrauterina. Trata-se de uma ferramenta complementar ao ultrassom obstétrico e à cardiotocografia.
Geralmente, o ECG fetal é realizado a partir do segundo trimestre da gestação, quando a atividade elétrica do coração fetal já pode ser detectada com precisão.
A pesquisa Fetal electrocardiography and artificial intelligence for prenatal detection of congenital heart disease¹ destaca que, quando aliado a métodos de análise espectral e algoritmos de aprendizado de máquina, pode aumentar a acurácia na detecção de distúrbios como bloqueios atrioventriculares e taquiarritmias supraventriculares.
Importância do monitoramento cardíaco fetal durante a gestação
O monitoramento cardíaco fetal é importante para a avaliação da vitalidade e do bem-estar do feto ao longo da gestação. Por meio dele, é possível identificar precocemente alterações no ritmo e na condução cardíaca, possibilitando intervenções e reduzindo o risco de complicações graves.
É normal que o médico solicite o exame, sendo um aparato de rotina em gestações com fatores de risco. A análise detalhada da atividade elétrica do coração fetal contribui para o planejamento terapêutico e a tomada de decisão em casos de gestações de alto risco.
Arritmias fetais, bradicardia, taquicardia e sinais de sofrimento fetal são doenças que podem ser detectadas no exame, orientando a conduta clínica e o acompanhamento multidisciplinar.
O valor do ecocardiograma fetal pode variar conforme a região, a estrutura da clínica e o tipo de cobertura de saúde. Para obter informações precisas, é recomendável consultar diretamente hospitais ou laboratórios especializados.
Quando o exame é indicado?
O exame é indicado especialmente em gestações de alto risco e em casos de suspeita de alterações na atividade elétrica do coração do feto ou de risco aumentado para cardiopatias congênitas.
Também deve ser realizado quando há histórico familiar de doenças cardíacas ou suspeita de arritmias fetais detectadas por ultrassonografia, ou cardiotocografia. Além disso, é recomendado para gestantes com condições que possam afetar o sistema cardiovascular fetal, como diabetes, lúpus eritematoso sistêmico ou uso de certos medicamentos.
Por fim, é importante realizá-lo também quando há sinais de hidropisia fetal e de restrição de crescimento intrauterino.
Leia também: Como realizar a avaliação da vitalidade fetal durante o pré-natal e no parto
Como funciona o exame: princípios e procedimentos
O ECG fetal baseia-se nos mesmos princípios do modelo convencional: a captação da atividade elétrica do coração por meio de eletrodos, convertendo os sinais em traçados gráficos que representam a despolarização e repolarização miocárdica.
A diferença está na complexidade da detecção, já que o sinal fetal é de baixa amplitude e precisa ser diferenciado da atividade elétrica materna e de ruídos fisiológicos. Em exames não invasivos, os eletrodos são posicionados sobre o abdômen materno, registrando simultaneamente os sinais cardíacos da mãe e do feto.
Por meio de técnicas avançadas de filtragem e processamento digital, que incluem métodos de separação de fontes independentes e análise de sinais multicanal, é possível isolar o traçado fetal com alta precisão.
Já nas abordagens invasivas, realizadas durante o trabalho de parto, um eletrodo em forma de espiral pode ser colocado diretamente no couro cabeludo do feto, permitindo um registro mais nítido.
Tipos de equipamentos para eletrocardiograma fetal
Os equipamentos médicos para obstetrícia incluem:
Transdutor de Ultrassom
É utilizado em cardiotocógrafos para oferecer monitoramento fetal com alta sensibilidade, confiabilidade e precisão. O transdutor capta os batimentos cardíacos fetais com clareza, sendo indispensável na avaliação contínua de pacientes obstétricas, garantindo a segurança materno-fetal durante o pré-natal e o trabalho de parto.
Um exemplo desse equipamento é o Transdutor de Ultrassom para Cardiotocógrafo 2108346-001 GE Healthcare, desenvolvido para ser utilizado em cardiotocógrafos da linha Corometrics.
Doppler Fetal
É um equipamento utilizado para ouvir os batimentos cardíacos do feto de forma não invasiva, oferecendo informações sobre a saúde e bem-estar do bebê durante o pré-natal.
Funciona emitindo ondas sonoras que refletem os batimentos do coração fetal, permitindo que o profissional de saúde detecte a frequência cardíaca com precisão. É portátil, leve e ergonômico, proporcionando conforto e mobilidade para o uso em consultórios, clínicas ou supervisão domiciliar.
Um exemplo desse equipamento é o Doppler Fetal Portátil Digital Pocket SD1 EDAN, um detector de alta performance, projetado para oferecer ausculta fetal não invasiva com precisão e segurança. Ele utiliza tecnologia de onda pulsada, permitindo a detecção confiável dos batimentos cardíacos a partir da 10ª semana de gestação.
Além dos dopplers portáteis, também há os monitores fetais, desenvolvidos para o acompanhamento contínuo da frequência cardíaca do feto e das contrações uterinas. Entre eles, destacam-se o Monitor Fetal Materno F6 Express Gemelar 2 US 1 Toco EDAN, indicado para gestações gemelares, e o Monitor Fetal Cardiotocógrafo F3 EDAN, ideal para o monitoramento diário com praticidade e precisão.
Monitores Multiparâmetro
Embora não sejam específicos para cardiotocografia, esses monitores podem fazer parte do equipamento de suporte para unidades obstétricas. Funcionam conectando sensores à paciente e transmitindo dados em tempo real para telas digitais, permitindo que profissionais de saúde realizem monitoramento contínuo e intervenções rápidas, quando necessário.
Entre os disponíveis no mercado estão o Monitor Multiparametro B155 com SpO₂ GE Healthcare e o Monitor de Sinais Vitais CSM-7500 Nellcor Welch Allyn, que oferecem medição confiável de parâmetros vitais essenciais para o acompanhamento materno-fetal.
Tendências e inovações em eletrocardiograma fetal
Conheça algumas tecnologias para obstetrícia que têm inovado o mercado:
Monitoramento não invasivo e usabilidade ampliada
Existe um aumento na adoção de sistemas que captam o ECG fetal por eletrodos colocados no abdômen materno, em vez de métodos invasivos.
Por exemplo, o uso de um sistema patch abdominal mais aplicativo conectado via Bluetooth que transmite para nuvem e realiza extração automática dos resultados.
Inteligência artificial
Novos algoritmos adaptativos e de aprendizado de máquina estão sendo testados para separar o sinal fetal, extrair morfologia e até detectar alterações sugestivas de cardiopatias congênitas.
Essas técnicas permitem transformar o ECG em uma ferramenta diagnóstica com maior valor agregado (além de apenas frequência cardíaca fetal), o que pode justificar investimentos em equipamentos ou cooperações tecnológicas.
Leia também: Como o ECG digital ajuda na gestão inteligente de dados clínicos?
Integração de dados e personalização do cuidado
A tendência de mercado aponta para dispositivos que não somente registram, mas também se conectam a plataformas de dados, permitem alertas em tempo real e se inserem em fluxos de cuidado baseados em risco gestacional
Para gestações de alto risco, essa integração permite adaptação de monitoramento, intervenções mais rápidas e tomada de decisão mais estruturada.
Conclusão
Como visto, o eletrocardiograma fetal representa um avanço essencial no cuidado médico, permitindo diagnósticos precoces e o acompanhamento contínuo da vitalidade do feto. Com o apoio das novas tecnologias, a prática obstétrica torna-se cada vez mais precisa e personalizada.
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Referência
DE VRIES, Ivar R.; VAN LAAR, Judith O. E. H.; VAN DER HOUT-VAN DER JAGT, Marieke B.; CLUR, Sally-Ann B.; VULLINGS, Rik.Fetal electrocardiography and artificial intelligence for prenatal detection of congenital heart disease. [S. l.: s. n.], [2023?].