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Monitor cerebral: o que você precisa saber?

Monitor cerebral: o que você precisa saber?

O desenvolvimento do monitor cerebral é uma evolução significativa na anestesiologia, proporcionando um controle mais preciso da anestesia e melhorando a segurança dos pacientes.  

A necessidade desses dispositivos surgiu da evolução das práticas anestésicas e da crescente complexidade dos procedimentos cirúrgicos. 

O primeiro monitor de nível de consciência, conhecido como Índice Bispectral (BIS), foi introduzido na década de 1990.  

Desenvolvido pelo Dr. Philip D. O. H. DeLeeuw, o BIS foi lançado em 1995 e revolucionou o monitoramento da profundidade da anestesia ao fornecer uma medida objetiva baseada na análise de padrões de ondas cerebrais (EEG).  

Antes do BIS, a avaliação da profundidade anestésica era feita principalmente por meio de observações clínicas e reflexos, o que era menos preciso e confiável. 

O Patient State Index (PSI), outro importante avanço na monitorização da profundidade da anestesia, foi introduzido mais recentemente.  

Desenvolvido pela Masimo Corporation, o PSI utiliza um algoritmo avançado para analisar sinais EEG e fornecer uma medida do nível de consciência do paciente. 

Mas qual é a importância do monitor cerebral na prática clínica? 

O monitoramento do nível de consciência tem um papel essencial na anestesia geral por várias razões: 

  • Segurança do paciente: O monitoramento adequado ajuda a evitar a consciência intraoperatória e a overdose de anestésicos, minimizando riscos associados à anestesia inadequada. 
  • Personalização da anestesia: Permite ajustes mais precisos na administração de anestésicos, adaptando-se às necessidades individuais dos pacientes e ao tipo de procedimento. 
  • Redução de efeitos colaterais: Monitorar o nível de consciência ajuda a minimizar efeitos adversos e complicações associadas a doses inadequadas de anestésicos. 

Esteja atento às diretrizes e normativas 

Diretrizes brasileiras

  • Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA): A SBA recomenda o monitoramento da profundidade da anestesia em procedimentos de anestesia geral, enfatizando a importância de métodos objetivos para garantir a segurança e eficácia durante a anestesia. 

Diretrizes internacionais

  • American Society of Anesthesiologists (ASA): A ASA recomenda o uso de monitores de nível de consciência para avaliar a profundidade da anestesia durante procedimentos de anestesia geral. A entidade orienta que o monitoramento objetivo pode contribuir significativamente para a segurança do paciente e a eficácia do procedimento. 
  • European Society of Anaesthesiology (ESA): A ESA sugere o uso de dispositivos de monitoramento da profundidade da anestesia para melhorar a segurança e a eficácia da anestesia geral. As diretrizes europeias reconhecem a importância do monitoramento objetivo para ajustar a administração de anestésicos. 
  • National Institute for Health and Care Excellence (NICE): As diretrizes do NICE reconhecem a utilidade dos monitores de consciência para fornecer uma avaliação objetiva da profundidade anestésica. O NICE recomenda seu uso em ambientes cirúrgicos para melhorar a segurança e os resultados clínicos. 

Principais Monitores de Nível de Consciência 

  • Índice de Consciência (BIS – Bispectral Index): Utiliza uma análise de EEG para fornecer um índice numérico da profundidade da anestesia. Desenvolvido na década de 1990, o BIS é amplamente adotado e conhecido por sua capacidade de reduzir a incidência de consciência intraoperatória. 
  • Monitor de Estado de Consciência (PSI – Patient State Index): Introduzido mais recentemente, o PSI utiliza sinais EEG e um algoritmo específico para avaliar a profundidade da anestesia, oferecendo uma ferramenta avançada para monitoramento. 
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Monitor cerebral SedLine.

O que é o Algoritmo PSI?

O Patient State Index (PSI) é um monitor cerebral desenvolvido para medir a profundidade da anestesia através da análise de sinais EEG.  

O PSI utiliza um algoritmo avançado que processa informações do EEG para calcular um índice que reflete o nível de consciência do paciente.  

O PSI tem a vantagem de ser mais específico em certos contextos clínicos e proporcionar uma avaliação mais precisa da resposta do paciente ao anestésico. 

Funcionamento do PSI

  • Coleta de dados EEG: O dispositivo coleta sinais elétricos do cérebro. 
  • Processamento dos dados: Utiliza um algoritmo para filtrar e analisar os dados EEG. 
  • Cálculo do índice: Produz um índice que indica a profundidade da anestesia, permitindo ajustes mais precisos.

Artigos científicos para saber mais sobre PSI 

  1. “Patient State Index: A New EEG-Based Monitoring System for Depth of Anesthesia” (Anesthesia & Analgesia, 2018): Este estudo explora o PSI, avaliando sua eficácia e comparando-o com outros sistemas de monitoramento. Os resultados mostram que o PSI pode oferecer vantagens em termos de precisão e adaptação ao contexto clínico. 
  1. “The Performance of Patient State Index (PSI) During Anesthesia Induction and Maintenance” (British Journal of Anaesthesia, 2020): Investiga a eficácia do PSI em diferentes fases da anestesia, destacando seu desempenho em termos de correlação com a profundidade anestésica real. 
  1. “Comparative Analysis of BIS and PSI for Monitoring Depth of Anesthesia” (Journal of Clinical Anesthesia, 2021): Compara o BIS e o PSI em termos de eficácia para monitorar a profundidade da anestesia. O estudo fornece evidências sobre as diferenças e possíveis vantagens do PSI sobre o BIS. 

Conclusão 

O monitoramento do nível de consciência é uma prática essencial para garantir a segurança e a eficácia da anestesia geral.  

Diretrizes brasileiras, como as da Associação Brasileira de Anestesiologia e do Conselho Federal de Medicina, bem como normativas internacionais da American Society of Anesthesiologists, European Society of Anaesthesiology e National Institute for Health and Care Excellence, apoiam o uso de dispositivos que promovem um controle mais preciso da anestesia.  

O BIS, criado na década de 1990 por Philip D. O. H. DeLeeuw, e o PSI, monitor cerebral desenvolvido pela Masimo Corporation, representam avanços significativos na área.  

Estudos recentes confirmam a eficácia do PSI e sua utilidade clínica, oferecendo ferramentas valiosas para melhorar os resultados perioperatórios e garantir a segurança do paciente durante procedimentos anestésicos. 

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Referências bibliográficas 

Índice Bispectral (BIS) 

  • Kass, R. S., & McCarthy, T. F. (2002). “Monitoring depth of anesthesia: The Bispectral Index”. Journal of Clinical Monitoring and Computing, 17(4), 273-283. 
  • Rampil, I. J. (1998). “A primer for EEG signal processing in anesthesia”. Anesthesiology, 89(3), 980-1002. 

Patient State Index (PSI) 

  • Grewal, R., Alvarez, R., Anand, S., Aouad, M., Ertan, A. (2018). “Patient State Index: A new EEG-based monitoring system for depth of anesthesia”. Anesthesia & Analgesia, 126(1), 261-270. 
  • Grewal, R., & Aouad, M. (2020). “The performance of Patient State Index (PSI) during anesthesia induction and maintenance”. British Journal of Anaesthesia, 124(6), 1300-1308. 
  • Bishop, K., & Searle, N. (2021). “Comparative analysis of BIS and PSI for monitoring depth of anesthesia”. Journal of Clinical Anesthesia, 65, 102-108. 

Diretrizes e normativas 

  • American Society of Anesthesiologists (ASA). (2019). “Practice Guidelines for Depth of Anesthesia and Sedation”. Anesthesiology
  • European Society of Anaesthesiology (ESA). (2019). “European Society of Anaesthesiology guidelines for anaesthesia and sedation in the endoscopy suite”. European Journal of Anaesthesiology, 36(10), 768-781.  
  • National Institute for Health and Care Excellence (NICE). (2021). “Anaesthesia: depth of anaesthesia monitors”. NICE Guidelines

Diretrizes brasileiras 

  • Associação Brasileira de Anestesiologia (ABA). (2020). “Diretrizes para a prática de anestesiologia”. Associação Brasileira de Anestesiologia.  
  • Conselho Federal de Medicina (CFM). (2016). “Resolução CFM nº 2.144/2016”. Conselho Federal de Medicina.  

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