Videolaringoscópio ou laringoscópio: qual é a melhor opção?

Videolaringoscópio reduz infecção cruzada?

Videolaringoscópio ou laringoscópio: descubra como cada dispositivo atua na intubação e na prática clínica, combinando tradição e tecnologia para oferecer mais segurança e eficiência aos procedimentos médicos.

Na prática clínica, poucos momentos são tão críticos quanto o manejo da via aérea de um paciente. A escolha do instrumento adequado para a intubação endotraqueal não é apenas uma questão de preferência, ela define a segurança do paciente, a eficiência do procedimento e até o desfecho em situações de emergência médica.

Neste artigo, discutimos as principais diferenças entre videolaringoscópio ou laringoscópio, analisando características, vantagens e limitações de cada um. A proposta é oferecer uma visão equilibrada que auxilie profissionais de saúde a avaliar qual dispositivo melhor se adapta ao seu contexto de atuação.

Videolaringoscópio ou laringoscópio: definição e funcionamento

O laringoscópio é um instrumento óptico que permite a visualização direta da laringe e das vias aéreas superiores. Ele é amplamente usado em exames diagnósticos, no manejo de lesões da região e, sobretudo, na intubação endotraqueal

Seu funcionamento é simples: a lâmina desloca a língua e parte da epiglote para alinhar os eixos oral, faríngeo e laríngeo, possibilitando a passagem do tubo até a traqueia. Esse alinhamento exige habilidade manual e, nos casos em que o paciente tem via aérea difícil, pode demandar múltiplas tentativas.

Os tipos de laringoscópio são divididos em dois:

  • Lâmina reta: indicado para uso em pacientes pediátricos ou com anatomia difícil, pois eleva diretamente a epiglote;
  • Lâmina curva: mais usado em adultos, sendo posicionado na valécula para exposição indireta das cordas vocais.

O videolaringoscópio é um aparelho que pertence ao mesmo grupo do laringoscópio, mas que representa uma evolução significativa desse processo. Além da lâmina, ele incorpora uma microcâmera na ponta, que transmite imagens em tempo real para um monitor. 

Essa característica elimina a necessidade de alinhar rigidamente os eixos, oferecendo uma visão ampliada e detalhada da glote mesmo em anatomias desfavoráveis. Isso reduz a manipulação agressiva, diminui o risco de trauma e aumenta a taxa de sucesso nas primeiras tentativas. 

O tubo pode ser introduzido com auxílio da imagem projetada, muitas vezes em conjunto com um estilete flexível, garantindo maior precisão e segurança.

Na prática, enquanto o laringoscópio se destaca pela simplicidade, baixo custo e ampla disponibilidade, o videolaringoscópio agrega tecnologia para melhorar a visualização, apoiar o diagnóstico e otimizar o manejo da via aérea em situações de maior complexidade, como em uma intubação difícil.

Sobre os procedimentos, o uso da anestesia geral ou de outro procedimento de anestésico vai variar dependendo de quão invasivo será o exame/tratamento.

Leia também: Diferenças de modelos de videolaringoscópio: escolha o ideal para sua prática

Vantagens de usar o videolaringoscópio ou laringoscópio

Embora ambos facilitem a intubação, cada dispositivo possui características próprias que influenciam a prática clínica e orientam a escolha do profissional.

Videolaringoscópio

  • Visualização aprimorada: a capacidade de fornecer uma visão mais clara e ampla das vias aéreas é uma característica fundamental, permitindo uma intubação mais precisa e segura.
  • Treinamento facilitado: a transmissão de imagens em tempo real torna o videolaringoscópio uma ferramenta valiosa para o treinamento de intubação de profissionais de saúde, contribuindo para a aquisição de habilidades técnicas.
  • Registro e documentação: existem modelos que permitem a gravação de imagens e vídeos, úteis para prontuário, pesquisa ou revisão de casos.
  • Segurança como recurso de resgate: funciona como estratégia adicional quando a intubação direta falha ou oferece visualização insuficiente.
  • Aplicabilidade versátil: pode ser usado em diferentes contextos, estando entre os equipamentos para centro cirúrgico, pronto-socorro, equipamentos para UTI e transporte intra-hospitalar, o que amplia a segurança em diversos cenários.

Laringoscópio

  • Custo acessível: o modelo tradicional é, geralmente, mais acessível no seu preço, tornando-se uma opção viável em contextos com restrições orçamentárias.
  • Simplicidade de uso: devido à ausência de tecnologia avançada, o equipamento é mais simples de operar, demandando menos treinamento para sua utilização eficaz.
  • Independência tecnológica: não requer bateria, cabos, monitores ou softwares, o que o torna confiável em situações de falha elétrica ou indisponibilidade de recursos.
  • Rapidez em cenários previsíveis: em pacientes sem via aérea difícil, permite intubação rápida e eficiente, especialmente para profissionais experientes.
  • Durabilidade: por ter menos componentes eletrônicos, tende a ser mais resistente ao uso contínuo e a falhas técnicas.

Quando utilizar cada um?

A escolha entre videolaringoscópio e laringoscópio é estritamente vinculada às necessidades específicas de cada procedimento e ao contexto em que são aplicados.

O videolaringoscópio, apesar de ter um custo maior, destaca-se pela visualização avançada, enquanto o laringoscópio tradicional oferece simplicidade e acessibilidade financeira.

Profissionais de saúde devem ponderar cuidadosamente os prós e contras de cada dispositivo, priorizando a segurança e a eficácia do paciente.

Um estudo realizado por VASCONCELOS (2022) proporcionou uma visão aprofundada sobre a eficácia do videolaringoscópio em comparação ao laringoscópio tradicional durante a intubação em adultos.

Os resultados revelaram que o primeiro oferece uma série de vantagens significativas em comparação ao modelo tradicional.

A visualização indireta proporcionada pelo videolaringoscópio foi destacada como uma ferramenta valiosa em casos de via aérea difícil, minimizando o risco de intubações malsucedidas.

O dispositivo mostrou-se particularmente eficaz ao facilitar o acesso em situações complexas, contribuindo para o aprendizado de profissionais durante o procedimento.

Além de reduzir a chance de falhas na intubação, o videolaringoscópio demonstrou benefícios adicionais, como a minimização da movimentação da coluna cervical e uma visão aprimorada das estruturas das vias aéreas.

A pesquisa também ressaltou a versatilidade do aparelho em diversas situações clínicas, como cirurgias bucomaxilofaciais, destacando sua importância em contextos além da intubação tradicional.

Critérios para escolher o equipamento ideal

Mas, afinal, o que é preciso levar em consideração na hora de escolher o equipamento mais adequado? Confira a seguir alguns critérios a serem avaliados antes da aquisição.

Qualidade da imagem

Um dos pontos centrais é a qualidade da imagem. Não basta ter uma câmera embutida: é preciso avaliar a resolução, a nitidez das bordas e a capacidade de manter boa visibilidade mesmo em condições adversas, como presença de secreções, reflexos ou névoa.

A iluminação também é determinante; LEDs bem posicionados e luz fria de distribuição uniforme fazem diferença no momento crítico da intubação. O design óptico influencia o campo de visão e o ângulo da lâmina, especialmente em anatomias complexas.

Além disso, o formato da tela, seja integrada ou externa, deve permitir que toda a equipe, e não apenas o operador, acompanhe o procedimento. Em termos práticos, uma imagem ruim pode levar a erros, atrasos ou necessidade de manipulações adicionais, enquanto um bom design reduz o tempo de abordagem e aumenta a previsibilidade, mesmo em vias aéreas difíceis.

Portabilidade

Outro aspecto fundamental é a portabilidade. O peso do equipamento, o tipo de alimentação (bateria recarregável, pilha ou fonte elétrica) e a ergonomia afetam diretamente a sua aplicação em diferentes contextos. 

Em emergências, UTIs ou transportes intra-hospitalares, um aparelho pesado ou dependente de tomadas pode comprometer a agilidade. 

Da mesma forma, lâminas muito volumosas podem limitar o acesso em pacientes com aberturas reduzidas. A escolha entre lâminas descartáveis ou reutilizáveis também não é apenas questão de preferência: envolve logística, custo de esterilização e risco de infecção hospitalar.

Compatibilidade e custo

A compatibilidade com protocolos e fluxos já estabelecidos também merece atenção. O uso hospitalar do videolaringoscópio pode ser excelente do ponto de vista técnico, mas se não estiver alinhado com o protocolo de via aérea difícil da instituição, ou se a equipe não tiver treinamento adequado para utilizá-lo, há risco de subutilização ou falhas críticas.

Certificações oficiais, como as exigidas pela ANVISA ou normas internacionais, garantem a segurança regulatória. Ainda assim, é importante verificar se o equipamento dialoga bem com outros dispositivos já disponíveis, como guias, tubos e adaptadores.

Por fim, não se pode ignorar o custo total do equipamento. Mais do que o valor de aquisição, entram nessa conta despesas com manutenção, esterilização, peças de reposição e consumíveis descartáveis. Equipamentos importados ou com suporte técnico restrito podem gerar gargalos, custos ocultos e comprometer a disponibilidade em momentos críticos.

Modelos e inovações disponíveis no mercado

A videolaringoscopia representa uma revolução na medicina, especialmente por integrar imagens de vídeo, que permitem uma visualização em tempo real das vias aéreas. 

As câmeras de alta resolução presentes no equipamento capturam informações detalhadas, o que é fundamental na precisão de diagnósticos e na realização segura da intubação. 

O Videolaringoscópio VS-10 da Medcaptain é um aparelho com tecnologia médica avançada para profissionais de saúde que buscam precisão e segurança em procedimentos de intubação traqueal.

Equipado com uma tela sensível ao toque de 3,5 polegadas e resolução de 640×960 pixels, o dispositivo oferece visualização clara e detalhada das vias aéreas, mesmo em ambientes de baixa iluminação.

Seu design ergonômico inclui uma câmera HD com tecnologia de antiembaçamento instantâneo, eliminando a necessidade de aquecimento prévio e garantindo imagens nítidas durante todo o procedimento.

A tela possui rotação vertical de até 140° e horizontal de até 270°, permitindo ajustes conforme a necessidade do profissional.

O VS-10 é compatível com cinco tipos de lâminas descartáveis esterilizadas, adequadas para diferentes perfis de pacientes, desde neonatais até adultos com vias aéreas difíceis, promovendo maior controle de infecções e praticidade no uso.

Além disso, o dispositivo possui capacidade de armazenamento para até 10.000 fotos e 2 horas de vídeo, facilitando a documentação e revisão dos procedimentos. Há também a opção de versão com tela Full HD, trazendo ainda mais qualidade de imagem.

Em resumo, a escolha entre videolaringoscópio ou laringoscópio deve considerar o perfil do paciente e o objetivo do procedimento. Ainda assim, o videolaringoscópio ganha destaque à medida que a prática clínica demanda diagnósticos mais precisos e recursos tecnológicos capazes de oferecer maior segurança e eficiência.

Descubra os modelos de videolaringoscópio ideais para sua prática clínica. Acesse o catálogo completo da MA Hospitalar e confira soluções que garantem mais precisão e segurança. Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com nossa equipe e conheça todas as opções disponíveis para sua instituição.

Referências

  1. VASCONCELOS, Raíssa Meirelles Abreu; TAVARES, Lívia Hygino; VIEIRA, Ana Izabel Aparecida; SILVEIRA, Mayra Dias; FILIPPI, Ana Claudia Zon. BENEFÍCIOS DO USO DO VIDEOLARINGOSCÓPIO FRENTE AO LARINGOSCÓPIO TRADICIONAL EM ADULTOS. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, [S. l.], v. 8, n. 4, p. 459–465, 2022. DOI: 10.51891/rease.v8i4.5004. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/5004. Acesso em: 22 jan. 2024.

Sumário

Newsletter

Inscreva-se para receber nossa Newsletter

Newsletter
Aceite