A pressão arterial pode ser medida com diferentes tipos de aparelhos, como o esfigmomanômetro e o monitor multiparâmetro — cada um deles indicado para contextos específicos.
A pressão arterial é um dos parâmetros mais importantes para o monitoramento clínico de sinais vitais e o acompanhamento da saúde cardiovascular das pessoas, especialmente em ambientes clínicos e hospitalares.
Afinal, sua aferição revela informações clínicas importantes para a avaliação dos pacientes, como sinais de desenvolvimento de possíveis doenças crônicas.
Portanto, a precisão da medição influencia na conduta clínica adotada pelo profissional de saúde durante o tratamento do paciente. E essa precisão depende da aplicação correta de técnicas de aferição da pressão arterial.
Neste artigo, explicaremos como aplicar essa técnica e quais aparelhos podem ser usados para essa finalidade.
O que é pressão arterial?
A pressão arterial é a força que o sangue exerce contra as paredes das artérias enquanto o coração bombeia o sangue para todo o corpo. Esse processo é influenciado por fatores como a força da contração cardíaca, o volume de sangue circulante e a resistência das paredes dos vasos sanguíneos.
O valor mais alto da pressão arterial, registrado no momento em que o coração se contrai para bombear o sangue, é chamado de pressão sistólica. Já o valor mais baixo, registrado quando o coração relaxa entre os batimentos, é conhecido como pressão diastólica.
Conforme as novas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a pressão arterial é considerada normal quando não ultrapassa 120 a 129 mmHg para a sistólica e 80 a 84 mmHg para a diastólica. Porém, esses valores podem variar conforme a idade.
Importância de monitorar a pressão arterial
O monitoramento da pressão arterial é importante para a avaliação da saúde cardiovascular do paciente. Alterações nos níveis considerados normais desse parâmetro podem indicar a presença de comorbidades, como doenças relacionadas à hipertensão arterial (pressão alta).
Segundo dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), a hipertensão é uma condição silenciosa que afeta cerca de 27,9% da população brasileira.
Quando não tratada adequadamente, pode levar ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares graves, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).
Além de impactar significativamente a qualidade de vida dos portadores, a hipertensão também exige atenção especial em procedimentos que envolvem anestesia.
Durante cirurgias, pacientes hipertensos enfrentam riscos adicionais devido às possíveis flutuações na pressão arterial causadas pela anestesia. Essas variações podem sobrecarregar o coração e os vasos sanguíneos, aumentando o risco de complicações como arritmias e infartos.
Esses dados reforçam a importância de compreender os mecanismos de regulação da pressão arterial e realizar sua aferição corretamente.
Além desse conhecimento ser indispensável para o monitoramento da saúde cardiovascular, ele também contribui para a segurança dos pacientes em procedimentos anestésicos.
Principais tipos de aparelhos para aferir a pressão arterial
Existem diferentes aparelhos para medir esse indicador de saúde. Dependendo das suas características, eles são indicados para uso doméstico, profissional ou hospitalar. Conheça a seguir as variações desse equipamento, disponíveis no mercado:
Esfigmomanômetros
Os esfigmomanômetros são aparelhos manuais que utilizam um manguito inflável para medir a pressão.
Por conta da sua precisão e confiabilidade, esses modelos são usados por profissionais de saúde durante a avaliação de pacientes. No entanto, exigem treinamento técnico para a realização da leitura correta do resultado.
Esses esfigmomanômetros manuais podem ser encontrados em duas versões:
- Aneroides: também conhecidos como aparelhos de pressão arterial com manômetro, são leves, portáteis e exigem o uso de um estetoscópio para a realização de leituras. São indicados para uso profissional em clínicas, consultórios, atendimentos domiciliares e hospitalares;
- Coluna de mercúrio: tradicionalmente usados em consultórios médicos, são mais pesados e também necessitam do uso de um estetoscópio. Contudo, devido a preocupações ambientais e de segurança relacionadas ao mercúrio, seu uso tem diminuído.
Aparelhos de pressão automáticos e semiautomáticos
Também conhecidos como aparelhos digitais, oferecem uma alternativa prática e rápida para aferir a pressão arterial.
Os modelos automáticos permitem a medição com apenas um botão, dispensando o uso de estetoscópio e a necessidade de insuflar o manguito manualmente.
Esses aparelhos são projetados para serem fáceis de usar e podem até incluir tecnologias adicionais, como o armazenamento de leituras anteriores.
Já os modelos semiautomáticos exigem alguma interação do usuário, como a necessidade de insuflar manualmente o manguito. No entanto, o processo de leitura é feito automaticamente pelo aparelho, que normalmente mostra os resultados em uma tela digital.
Ambos os tipos estão disponíveis em versões de pulso e braço. Embora tenham menor precisão, são recomendados para uso doméstico devido à sua praticidade e facilidade de operação.
Monitores multiparâmetros
Os monitores multiparâmetros são aparelhos digitais de alta precisão projetados para uso exclusivo de profissionais de saúde habilitados.
Além de aferir a pressão, esses equipamentos também monitoram outros sinais vitais do paciente, como frequência cardíaca, saturação de oxigênio e temperatura corporal.
Por conta da sua complexidade, alta precisão avançada e capacidade avançada de monitoramento de múltiplos indicadores de saúde, esses monitores são usados em situações específicas. Por exemplo, em unidades de terapia intensiva (UTIs), salas cirúrgicas e emergências.
Nesses ambientes, o acompanhamento contínuo dos sinais vitais é essencial para orientar a definição de condutas adequadas de prática clínica.
Como aferir a pressão arterial corretamente?
A aplicação correta das técnicas de aferição da pressão arterial requer conhecimento, atenção aos detalhes e o cumprimento rigoroso de recomendações para garantir resultados precisos.
Confira a seguir o passo a passo para realizar esse procedimento corretamente, utilizando o esfigmomanômetro manual, considerado o dispositivo mais utilizado na prática clínica:
- Prepare o paciente: ele deve descansar por 5 a 10 minutos antes da medição;
- Posicione o paciente: certifique-se de que o paciente está sentado, com as costas apoiadas, pés no chão e pernas descruzadas. O braço deve estar exposto e apoiado em uma superfície firme, à altura do coração, com a palma voltada para cima;
- Selecione o manguito: escolha um manguito com largura equivalente a 40% da circunferência do braço do paciente e comprimento correspondente a 80% da mesma circunferência;
- Posicione o manguito: coloque o manguito 2 a 3 cm acima do cotovelo, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial do paciente;
- Posicione o estetoscópio: insira o estetoscópio nos ouvidos, com a curvatura voltada para fora. Posicione a campânula sobre a artéria braquial, na parte anterior do cotovelo, aplicando uma leve pressão para não interferir na circulação;
- Infle o manguito: palpe o pulso radial e infle rapidamente o manguito até o pulso desaparecer. Continue insuflando até atingir 20 a 30 mmHg acima do ponto em que o pulso desaparece;
- Faça a deflação: inicie a deflação lentamente, na velocidade de 2 a 4 mmHg por segundo, o que permite ouvir os sons de Korotkoff;
- Faça a leitura: registre a pressão sistólica (PAS) quando ouvir o primeiro som audível (fase I dos sons de Korotkoff) e anote a pressão diastólica (PAD) quando os sons desaparecerem completamente (fase V).
Fatores que podem interferir na precisão da medição
A precisão da aferição pode ser afetada pelas condições fisiológicas do paciente, uso incorreto do equipamento e técnicas inadequadas de medição.
No caso do paciente, fatores como estresse, dor, agitação ou atividade física recente podem elevar temporariamente a pressão arterial, comprometendo a leitura. Por isso, esses estados fisiológicos devem ser considerados antes da medição para evitar resultados imprecisos.
Já o uso incorreto do aparelho medidor pode estar relacionado a várias causas, como a utilização de equipamentos mal calibrados ou defeituosos, o uso de manguito do tamanho incorreto para o paciente e o posicionamento incorreto da braçadeira.
O profissional de saúde responsável pela aferição também precisa tomar alguns cuidados para evitar erros durante a leitura. Eles incluem o posicionamento inadequado do aparelho e do estetoscópio, a interação com o paciente e vieses inconscientes (como preferência por números pares).
Para evitar esses erros, os profissionais de saúde precisam investir em capacitação técnica e atualização contínua sobre as técnicas de aferição de pressão arterial.
Além disso, eles precisam utilizar equipamentos de alta qualidade, calibrados e confiáveis para garantir a leitura precisa da pressão dos pacientes.
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