Search
política de privacidade MA Hospitalar

Por que a dieta enteral é importante para pacientes internados com riscos de desnutrição?

A alta prevalência mundial de desnutrição em pacientes internados tem sido amplamente documentada nas últimas quatro décadas.

Estudos mostram que a desnutrição hospitalar está relacionada a consequências como aumento na frequência de complicações clínicas e mortalidade, impacto em custos e tempo de internação.

No Brasil a prevalência é alta e relacionada ao tempo de internação. A perda da massa magra é recorrente no meio hospitalar e responsáveis por consequências indesejáveis, como aumento do tempo de internação e risco de morbimortalidade, que gera impactos negativos na qualidade de vida.

Sendo assim, quanto maior tempo de internamento, mais elevado será o risco de agravar a desnutrição.

A desnutrição pode ser definida como uma condição clínica decorrente de uma deficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de um ou mais nutrientes essenciais. A desnutrição pode ser de caráter primário ou secundário, dependendo da causa que a promoveu.

  • Causas primárias: consumo alimentar inadequado, ou seja, tem uma alimentação quantitativa ou qualitativamente insuficiente em calorias e nutrientes;
  • Causas secundárias: A ingestão de alimentos não é suficiente porque as necessidades energéticas aumentaram ou por qualquer outro fator não relacionado diretamente ao alimento, mas associada a doenças e/ou tratamento. Exemplos: tratamentos cirúrgicos, câncer, anorexia, digestão e absorção deficiente de nutrientes, alergias e intolerâncias.

A impossibilidade de fornecer nutrientes necessários para atender às exigências metabólicas é uma preocupação séria em se tratando de pacientes clínicos e cirúrgicos.

Pessoas com doenças crônicas, ou ferimentos traumáticos estão particularmente em risco, assim como os idosos, que são especialmente vulneráveis às complicações decorrentes da desnutrição. Quando o trato gastrintestinal está em funcionamento, a nutrição enteral é uma forma de recuperar ou, em casos de danos repentinos, de manter um estado nutricional ótimo.

A terapia nutricional enteral

A terapia nutricional enteral (TNE) se refere à provisão de nutrientes via trato digestório, por meio de uma sonda ou cateter, quando a quantidade de ingestão oral é inadequada ou impossibilitada. Em certas circunstâncias, a nutrição enteral pode incluir o uso de fórmulas, como suplementação oral ou como via exclusiva de alimentação.

A TNE é reconhecida como uma forma bastante segura e satisfatória de prover nutrição para pacientes que apresentam a capacidade de via oral parcial ou totalmente comprometida.

Para a intervenção nutricional, a via enteral é o acesso de escolha devido à manutenção dos efeitos fisiológicos de digestão e absorção, capacidade imune local e sistêmica, segurança bacteriológica e econômica, além de ser facilmente manipulada em ambiente domiciliar, contribuindo para melhora da qualidade de vida do paciente.

Uma vez que o paciente tenha sido avaliado como candidato à nutrição enteral, os membros da equipe multidisciplinar de terapia nutricional, o médico e o nutricionista clínico, selecionam a sonda e a via de acesso apropriada.

A seleção do acesso enteral depende de: previsão da duração da alimentação enteral, grau de risco de aspiração ou deslocamento da sonda, presença ou não de digestão e absorção normais, previsão de intervenção cirúrgica e aspectos que interferem na administração como viscosidade e volume da fórmula.

Complicações

Entre as complicações gastrointestinais, mais frequentes no uso da terapia nutricional enteral, estão diarreia, vômitos, náuseas e constipações, que podem estar relacionadas ao excesso de gordura na dieta, infusão rápida ou intolerância a componentes da fórmula.

Além disso, a gastroparesia, uma dificuldade no esvaziamento gástrico, tornando-o mais lento, também pode ocorrer, podendo ser causada pelo uso de alguns medicamentos, por distúrbios hidroeletrolíticos ou mesmo pela situação clínica do doente.

Vias e Métodos de Administração da TNE

As fórmulas enterais são administradas por meio de bombas de infusão, preferencialmente quando a sonda está posicionada no intestino ou no estômago de pacientes críticos.

Dessa forma, é possível evitar a diarreia osmótica, pois o fluxo pode ser mais lento e constante, e a administração de medicamentos não interrompe o fluxo da infusão. Esta técnica pode ser utilizada com sistema aberto ou fechado, em bolsas ou frascos e função de alimentação e hidratação programadas.

A Bomba de Infusão é um equipamento que garante a programação da alimentação e hidratação por sonda de forma automática, com mínima manipulação, visto que uma vez instalada a dieta irá correr de acordo com a programação realizada diretamente no equipamento.

Sua utilização garante que a água prescrita seja efetivamente administrada, o que por sua vez melhora as condições clínicas do paciente e mantém a sonda livre de obstruções. A mesma pode ser programada para fornecer a quantidade ideal de nutrição e hidratação prescrita, assegurando que os pacientes estejam bem alimentados e hidratados de forma intermitente, contínua e segura.

Kangaroo e-bump para dieta enteral.

O suporte nutricional enteral pode ser ofertado por sondas introduzidas pela via nasogástrica, nasoduodenal ou nasojejunal, para terapia em curto prazo (três a quatro semanas), ou, então, por procedimentos cirúrgicos – gastrostomia ou jejunostomia, como a endoscopia percutânea, para alimentação em longo prazo (período superior a quatro semanas). Segue abaixo as técnicas e as sondas mais utilizadas para terapia nutricional enteral:

Sonda Nasoenteral

A sonda nasoenteral é passada da narina até o intestino. Difere da sonda nasogástrica, por ter o calibre mais fino, causando assim, menos trauma ao esôfago, e por alojar-se diretamente no intestino, necessitando de controle por Raios-X para verificação do local da sonda.

Quanto ao tempo de permanência da sonda, pode ser usada por períodos mais prolongados na prática diária, dependendo das condições de manuseio e de cuidados com a sonda.

Sonda de Gastrostomia, Kit Peg, Sonda Nível Pele com Balão

A gastrostomia é um procedimento cirúrgico que estabelece o acesso à luz do estômago através da parede abdominal. As técnicas empregadas para realização da gastrostomia são: cirurgia através de laparotomia, via endoscópica ou através de laparoscopia. Ambas permitem a alimentação em pacientes que não podem usar a via oral para a sua nutrição diária.

Tipos de Procedimento

  • Laparotomia é a abertura cirúrgica da cavidade abdominal para fins diagnósticos e/ou terapêuticos. Em termos populares, é a cirurgia “de barriga aberta”. No caso da gastrostomia o procedimento é classificado como uma mini laparotomia.
  • Laparoscopia consiste em que o médico faça uma pequena incisão na região a ser examinada ou tratada, por onde introduz o laparoscópio (aparelho por meio do qual irá visualizar e tratar a região abordada), que consiste em um fino tubo de fibras óticas, através do qual pode visualizar os órgãos internos e fazer intervenções diagnósticas ou terapêuticas.
  • Gastrostomia endoscópica percutânea é um método empregado para fornecimento de dieta enteral por tubo colocado no estômago (gastrostomia) por endoscopia (via endoscopia) através da pele (implantação percutânea).
Sondas para dieta enteral.

Kit Peg Kangaroo

Kit Peg Kangaroo para dieta enteral.

Portanto, a prevenção e o tratamento da desnutrição constituem uma importante ação. Dentre eles, diagnóstico nutricional adequado e precoce para que permita uma intervenção dietoterápica eficiente.

O monitoramento do estado nutricional é um dever de toda equipe de saúde que atende ao paciente internado. A intervenção nutricional em pacientes com risco de desnutrição leva a um melhor prognóstico, reduzindo os índices de morbidade e mortalidade e melhorando a qualidade de vida de todos.

Quer saber mais sobre produtos para dieta enteral? Entre em contato ou acesse nossa loja!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Sumário

Newsletter

Inscreva-se para receber nossa Newsletter

Newsletter
Aceite