Com o auxílio de equipamentos que monitoram as atividades cerebrais, médicos dos Estados Unidos constataram que o estado de coma não significa o fim das tarefas cognitivas
Pacientes que estão em uma cama hospitalar, com lesões cerebrais graves podem escutar quando estão desacordados, segundo um estudo publicado na revista científica The New England Journal of Medicine.
Os pesquisadores norte-americanos afirmam que 25% das pessoas que se encontram em estado de coma podem realizar tarefas cognitivas em resposta ao que acontece ao seu redor — ainda que não possam falar ou se mexer.
A dissociação motora cognitiva (TMC) foi atribuída a pacientes mais jovens, com maior tempo de lesão e traumas cerebrais como fator etiológico, ou seja, com relação a doenças e não acidentes.
Essa é uma síndrome em que uma pessoa em coma ou estado vegetativo parece não responsiva, mas ainda apresenta atividades cognitivas relacionadas ao pensamento intencional.
Para obter esses resultados, os médicos fizeram alguns comandos simples aos pacientes, como imaginar o abrir e fechar das mãos ou a prática de esportes.
A partir disso, foram coletados dados clínicos e comportamentais com o apoio de aparelhos de ressonância magnética funcional (RMF) — que fizeram a captura e análise de imagens cerebrais —, e eletroencefalograma (EEG), um teste que registra as atividades elétricas do cérebro.
O estudo foi feito em seis centros médicos nos Estados Unidos, Reino Unido e outros países da Europa. Foram analisados 353 adultos que sofrem de distúrbios de consciência há 7.9 meses (tempo mediano). A idade média dos pacientes era de 37.9 anos.
Avanços tecnológicos na medicina
O estudo sobre a responsividade de pacientes em coma só foi possível graças ao RMF e EEG, dois recursos tecnológicos da medicina moderna que ajudam na realização de pesquisas e tratamento generalizado.
A medicina passou por um longo caminho desde os seus primórdios, iniciado pelas antigas civilizações, como os gregos, egípcios e chineses. A cronologia dos avanços médicos é extensa, mas algumas descobertas e invenções, especialmente em relação ao estudo do coma e do desenvolvimento de equipamentos, podem ser mencionadas:
- 1249: Roger Bacon estuda lentes de aumento que posteriormente se tornaram óculos de grau;
- 1590: Zacharias Janssen inventa o microscópio óptico;
- 1672: Thomas Willis usa o termo “coma” pela primeira vez na monografia De anima brotorum;
- 1816: René Laennec inventa o estetoscópio;
- 1853: Charles Gabriel Pravaz e Alexander Wood inventam a seringa;
- 1887: Otto Wichterle e Adolf Gaston Eugen Fick criam as lentes de contato;
- 1895: Wilhelm Conrad Roentgen descobre o raio-x;
- 1913: Paul Dudley White encabeça o uso do eletrocardiograma (ECG);
- 1928: Philip Drinker e Louis Shaw inventam o pulmão artificial;
- 1930: William Kouwenhoven inventa o desfibrilador;
- 1940: Karl Theodoro Dussik usa o ultrassom pela primeira vez;
- 1946: No livro Brain Diseases, Arie Biemond dedica um capítulo inteiro aos exames clínicos e diferentes diagnósticos relacionados ao coma;
- 1950: John Hopps inventa o marca-passo;
- 1963: Thomas Fogarty inventa o cateter;
- 1968: primeiros passos da telemedicina pela Universidade de Harvard;
- 1975: Robert S. Ledley inventa a tomografia computadorizada;
- 1985: Willem J. Kolff inventa o equipamento de hemodiálise;
- 2001: Jacques Marescaux realiza a primeira cirurgia remota;
- 2007: criação do primeiro olho biônico, Argus II;
- 2014: uso de impressora 3D para transplante de crânio;
- 2021: uso de Inteligência Artificial (IA), robôs automatizados e telemedicina para tratamento avançado.
Equipamentos essenciais para a área médica
Todos as descobertas e equipamentos citadas na linha cronológica acima são de extrema importância para o tratamento de pacientes em todos os cantos do planeta.
Considerando o contexto atual da medicina, alguns equipamentos são essenciais para o pleno funcionamento de clínicas e hospitais.
Bomba de infusão TCI
A bomba de infusão TCI permite a administração de medicamentos anestésicos com mais precisão e segurança, diminuindo os riscos de dosagens incorretas em pacientes de todas as idades, pesos e condições de saúde.
A tela com touchscreen garante navegação rápida e visualização simplificada de informações relevantes, auxiliando no processo de tomada de decisão mesmo em momentos em que ações rápidas são necessárias.
Monitor de função cerebral Sedline
A avaliação de profundidade anestésica é a principal função do monitor Sedline, módulo presente na plataforma Root. Juntamente ao PSI (Patient State Index), é possível traduzir a atividade cerebral do paciente a uma escala compreensível.
Esse monitor também oferece outros indicadores fundamentais para a administração segura de anestésicos, como SR (Suppression Ratio), matriz espectral (DAS), assimetria da atividade cerebral, SEF (frequência de borda espectral) e eletromiografia (EMG).
O Sedline tem alta capacidade de adaptação, com ajustes específicos para crianças a partir de um ano e pacientes com EEG de baixa potência — condição comum em idosos.
Já a integração do monitor cerebral Sedline com outros módulos do Root torna a monitorização perioperatória mais extensa. Ao utilizar vários monitores na mesma plataforma, além da verificação de profundidade anestésica, também é possível incorporar a oximetria cerebral e a avaliação periférica da hemoglobina.
Esfigmomanômetro
O esfigmomanômetro, popularmente conhecido como aparelho de pressão, permite medir a pressão arterial de maneira simples e não invasiva.
A aferição é fundamental para o direcionamento de linhas de tratamento, monitoramento individual e coletivo de pacientes diagnosticados com hipertensão e para a identificação de possíveis fatores de risco associados à pressão alta ou baixa.
A versão sem engrenagens do esfigmomanômetro aumenta consideravelmente a durabilidade do produto, que pode suportar quedas de até 76 cm de altura. Sem látex, também permite a integração de braçadeiras de diversos tipos, como de modelos infantis ou neonatais.
De alta tecnologia, o aparelho garante precisão de resultados e não necessita de constante calibração.
Cama hospitalar
Além de garantir mais conforto — reduzindo o risco do surgimento de escaras causadas por longos períodos na mesma posição —, a cama hospitalar é importante para atender às necessidades de pacientes com distúrbios de consciência.
A depender do modelo, pode contar com funcionalidades que estimulam a circulação sanguínea nos membros inferiores, previnem a aspiração de fluidos e reduzem a falta de ar.
Existem alguns tipos diferentes:
- Cama hospitalar elétrica;
- Cama hospitalar semielétrica;
- Cama hospitalar manual;
- Cama hospitalar PPP (pré-parto, parto e pós-parto).
Desfibrilador
O desfibrilador é um equipamento essencial para o atendimento de emergências cardiovasculares, especialmente em casos de parada cardiorrespiratória.
Ele é responsável por enviar choques elétricos ao coração para restaurar o ritmo normal quando detectadas arritmias graves, como a fibrilação ventricular.
Existem dois tipos principais de desfibriladores: o Desfibrilador Externo Automático (DEA) e o Desfibrilador Externo Manual. O DEA é amplamente utilizado em espaços públicos por ser intuitivo e de fácil operação, com comandos de voz e visuais para orientar o usuário.
Já o modelo manual é mais comum em hospitais e UTI, onde profissionais treinados podem ajustar a energia do choque conforme a necessidade do paciente.
Esses dispositivos modernos possuem sistemas de autodiagnóstico e armazenamento de dados para análise posterior.
Tecnologia e evolução são essenciais para salvar vidas
Quando o médico francês René Laennec criou o estetoscópio em 1816, ou quando o norte-americano Robert S. Ledley desenvolveu a tomografia computadorizada em 1975, estavam pavimentando o caminho para o desenvolvimento de muitos procedimentos e estudos. Um deles é sobre a atividade cerebral de pacientes em coma, publicado pelo The New England Journal of Medicine. A pesquisa foi realizada graças à ressonância magnética funcional e ao eletroencefalograma, recursos fundamentais na área médica.
Dessa forma, as invenções do passado serviram como uma espécie de preparação para tudo o que acontece e existe atualmente, seja em relação a estudos ou equipamentos hospitalares.
Isso mostra que a constante evolução médica é a resposta para a saúde, a longevidade e a qualidade de vida de toda a humanidade.