A busca pela implementação de fluxos mais eficientes, seguros e rápidos é uma demanda crescente por parte das instituições hospitalares. Neste sentido, o uso da tecnologia é essencial e parte integrante do processo de transformação. Mas como podemos medir o grau de uso de ferramentas de IT nas instituições? Para isso foi criado pela HIMSS Analytics, um consultor global de saúde na área de IT, o Modelo de Adoção de Prontuário Médico Eletrônico (Electronic Medical Record, EMR), uma metodologia para a avaliação do progresso e do impacto dos sistemas de prontuários médicos eletrônicos para hospitais.hi
Acompanhando o progresso na realização de oito níveis (0 – 7), os hospitais podem rever a implementação e utilização de aplicações de tecnologia da informação com a intenção de chegar ao Nível 7, o que representa um ambiente avançado de prontuário eletrônico do paciente.
Para chegar ao último patamar, o nível 7, é preciso ser um hospital totalmente digital, ou seja, sem papel (paperless). Até o nível 5, o procedimento pode ser feito online por meio de questionário, mas a partir do sexto, o hospital passa a receber visitas de auditores.
Atualmente, os hospitais brasileiros têm buscado participar dessa elite digital mundial. Na América Latina, até o final de 2020, 15 instituições alcançaram o nível seis, sendo oito deles brasileiros. No Brasil só três hospitais chegaram no nível 7.
INVESTIMENTO NA FORMAÇÃO E NA TECNOLOGIA
Para conseguir implementar as mudanças, muitas vezes é preciso rever processos e investir em formação de uma nova cultura entre os colaboradores. Por exemplo, para o estágio 6, o prontuário deve ser uma ferramenta completa, capaz de apoiar o médico em diferentes esferas de decisão. Também é necessário um circuito fechado de medicamentos e um sistema de suporte à decisão clínica, bem como acompanhamento e registro de todo esse processo.
Já para conquistar o estágio 7, as exigências são muito mais específicas, como o uso de um circuito fechado de medicamentos. Da mesma forma, a instituição precisa ter uma política de recuperação de desastres, possuir um data center alojado em diferentes lugares, não utilizar papel em nenhuma esfera assistencial, ter um eficiente sistema de apoio à decisão clínica, além de integrar praticamente todos os sistemas do hospital.
MAIS SOBRE A HIMSS
A Health Information and Management Systems Society (HIMSS) é uma associação internacional de enorme prestígio na área da saúde. Criada em Chicago na década de 1960, ela já atua em todos os países do mundo. Entre suas atividades, destaca-se o congresso anual realizado nos Estados Unidos e intitulado de HIMSS Conference.
A HIMSS oferece ainda o programa de desenvolvimento e a certificação profissional para TI na saúde (CPHIMS), além do Electronic Medical Record Adoption Model (EMRAM) ou modelo de adoção do registro médico eletrônico. Ele é um modelo elaborado pela HIMSS para ser seguido pelas instituições de saúde, a fim de que se creditem para receber a chancela de excelência em desenvolvimento tecnológico hospitalar.
A certificação oferece oportunidades de educação e networking para toda a organização. Ele é um programa para toda a empresa da área de saúde, projetado para beneficiar a equipe de maneira geral, ajudando sua organização a ter acesso a melhor educação possível em TI de assistência médica.
A IMPORTÂNCIA DO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO PARA A CERTIFICAÇÃO
O Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), é considerado um marco histórico no atendimento ao paciente e no gerenciamento hospitalar. Como resultado, o uso dessa tecnologia trouxe diferentes benefícios para todas as partes envolvidas no processo. Ele permite que até mesmo os pacientes possam se tornar mais engajados no que está acontecendo em seus procedimentos e passem a ter uma consciência maior da própria saúde e da segurança dos dados fornecidos para a instituição.
Por exemplo, em instituições da área da saúde, é comum existirem diferentes especialidades envolvidas em um mesmo atendimento e diagnóstico, como cardiologia, oncologia, entre outros. Em outras palavras, há dados por todos os lados e que são essenciais para garantir a precisão do resultado final. A questão é como reunir e organizar as informações que parecem tão espalhadas.
Com o uso de um prontuário eletrônico do paciente, cada procedimento cria subsídios para os próximos atendimentos. Ao longo do tempo, isso vai gerando um acúmulo de dados e, quando bem organizados, podem ser um dos grandes influenciadores de decisão para os médicos.
Na rotina de um hospital o PEP substitui o que antes era o prontuário de papel. A circulação das fichas de papel é eliminada e não há mais risco de atrasos por conta do processo logístico interno de documentos, fazendo com que as informações fiquem muito mais seguras sendo armazenadas em um único local.
ESTÁGIOS DE CERTIFICAÇÕES
A certificação é dividida em 8 estágios que medem o grau de tecnologia aplicado nos serviços de saúde para garantir rapidez no atendimento, eficiência operacional, qualidade assistencial e segurança do paciente.
Para medir esse grau, a HIMSS desenvolveu, em 2005, o EMRAM (Electronic Medical Record Adoption Model ou Modelo Eletrônico de Adoção de Registros Médicos), que avalia a maturidade de adoção da TI clínica através de oito etapas evolutivas (de 0 a 7). Por exemplo, o nível zero significa que não há efetivamente um suporte informatizado, e o sete atesta o uso completo e intenso da TI nas práticas assistenciais.
- Estágio 0: LIS (Sistema de Informação Laboratorial – Laboratory Information System), RIS (Sistema de Informação em Radiologia – Radiology Information System) e PHIS (Sistema de Informação Farmacêutica – Pharmacy Information System) não instalados.
- Estágio 1: Utilização de LIS, RIS e PHIS ou resultados de exames disponíveis na web a partir de prestadores de serviços externos.
- Estágio 2: Existência de repositório de dados clínicos (CDR) instalado e centralizado. Adoção, mesmo que de forma inicial, de Vocabulário Médico Controlado (CMV), sistema de apoio à decisão clínica voltado à conferência básica de interações e intercâmbio de informação clínica-assistencial.
- Estágio 3: Existência de documentação de enfermagem no Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). Sistema de suporte à decisão clínica (CDSS) para verificação de erros durante a prescrição e pedidos de exames. Resultados de PACS disponíveis fora da radiologia.
- Estágio 4: Adoção de prescrição e pedidos de exames informatizados em ao menos uma área assistencial. Sistema de apoio à tomada de decisão baseado em protocolos clínicos.
- Estágio 5: Utilização de PACS completo com a substituição dos filmes radiográficos em favor da flexibilidade e extrema qualidade das imagens digitais.
- Estágio 6: Implantação de sistema completo de suporte à decisão clínica e circuito fechado de gerenciamento hospitalar de medicação. Tecnologia preparada para o tratamento de dados clínicos por meio de análises estatísticas.
- Estágio 7: PEP completo e integração máxima em todos os departamentos do hospital. Data Warehousing abastece relatórios complexos, contendo resultados clínico-assistenciais trabalhados por soluções em Business Intelligence (BI).
COMO É FEITA A AVALIAÇÃO?
Até o estágio 5 da Certificação HIMSS, as instituições de saúde realizam uma auto avaliação pela internet. A partir do estágio 6, as avaliações passam a ser feitas presencialmente por auditores da HIMSS. Portanto, nessas avaliações presenciais, são analisados os sistemas utilizados pelo hospital para confirmar se cumprem todos os pré-requisitos da certificação.
Ao mesmo tempo, além de validar a maturidade digital no gerenciamento hospitalar da organização e o uso da tecnologia para oferecer atendimento de alta qualidade, a obtenção do reconhecimento HIMSS pode trazer uma série de benefícios adicionais.
Como resultado, parte do processo de preparação permite que a equipe clínica possa se tornar mais consciente das ferramentas digitais disponíveis na organização e das diferentes maneiras em que elas podem ser usadas para fazer a diferença para seus pacientes.
O processo de certificação ainda aumenta automaticamente o nível de adoção de tecnologia entre a equipe clínica e não clínica, levando a organização um passo mais perto de atingir as metas e os resultados desejados por trás dos seus diferentes programas digitais.
INTEGRAÇÃO DE DISPOSITIVOS AO PEP
Como parte essencial do processo de transformação para um Hospital Paperless está a integração de dispositivos médicos ao Prontuário Eletrônico do Paciente. É através dessa conectividade que os dados hemodinâmicos e ventilatórios do paciente, por exemplo, são automaticamente enviados para o HIS conforme periodicidade previamente programada. Este processo automatiza a rotina de atualização do prontuário, tornando esta etapa mais rápida e segura e fazendo com que a equipe assistencial possa estar exclusivamente dedicada aos cuidados com o paciente.
Neste sentido a GE Healthcare possui a solução do Carescape Gateway. Este dispositivo oferece uma transferência de dados fácil e bidirecional entre um Sistema de Informações do Hospital (HIS) e/ou Sistema de Informações Clínicas (CIS) usando o padrão de protocolo HL7™. O Gateway CARESCAPE envia automaticamente dados de tendência de sinais vitais para quase todos os gráficos ou sistemas de terceiros, ajudando a economizar tempo e a melhorar a produtividade dos enfermeiros.
Além disso, os dados de internação, alta e transferência (ADT) capturados por um HIS/CIS podem ser enviados para a Rede CARESCAPE e seus dispositivos de monitoramento de pacientes residentes pelo Gateway CARESCAPE, eliminando o tempo e os erros associados à inserção manual de dados:
- Plataforma segura: Utiliza um sistema operacional Linux** reforçado para reduzir a ameaça de vírus e outros malwares transmitidos para a rede do hospital.
- Ampla capacidade do dispositivo: Permite a conectividade a até 512 dispositivos de monitoramento de pacientes.
- Mecanismo de interface Cloverleaf: Mecanismo integrado de interface Lawson Cloverleaf** que permite flexibilidade de HL7.
- Sinais vitais de saída em HL7: Sinais vitais de saída com definição de tendências para os dispositivos de monitoramento de pacientes residentes na rede CARESCAPE no HL7. Oferece suporte nativamente a HL7 2.3 e 2.4 e às transações IHE PCD-01 (HL7 2.6, nomenclatura IEEE1073 e perfil de conteúdo de mapeamento de terminologia IHE PCD Rosetta.)
- Internação, alta e transferência (ADT): Aceita alimentação de entrada de ADT no HL7 para a criação de um cache de informações sobre ADT do paciente, com serviço de consultas habilitado para valores coringa para a rede CARESCAPE.
- Sincronização de horário: Permite a sincronização do horário da rede com a fonte NTP de horário da rede de um hospital, para apresentar um horário sincronizado em todos os dispositivos de monitoramento de pacientes residentes na rede CARESCAPE.
- Interface de dados de alta velocidade: Interface que oferece acesso quase em tempo real a formas de onda e dados numéricos, em um formato binário descrito em XML.
- Integridade dos dados: A integridade dos dados é suportada tanto por uma coleta retroativa de dados quanto por funções de armazenamento e encaminhamento, em caso de desconexão ou interrupção da rede.
- Interface de teste: Teste o feed de dados da interface separadamente do servidor de produção “em tempo real” para testes de versão do CIS.
- Serviço remoto assistido: Ferramentas avançadas de diagnóstico e serviço remotos por meio da tecnologia Webmin e/ou InSite** ExC.
- Redundância integrada: Interfaces de rede com redundância automática. Fontes de alimentação redundantes e trocadas a quente.
Indo além da integração de dados do HL7, o Gateway CARESCAPE permite que os usuários acessem um fluxo de dados quase em tempo real de formas de onda e dados numéricos de cada paciente monitorado na Rede CARESCAPE. Esses dados são fornecidos em um formato binário descrito em XML, que ajuda a dar a hospitais, médicos, enfermeiros, pesquisadores clínicos e outros indivíduos a oportunidade de melhorar o cuidado do paciente.
Para conhecer um pouco mais das soluções integradas de suporte à vida da GE Healthcare, acesse nosso site e entre em contato!