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Os 10 benefícios da anestesia com baixo fluxo

A evolução da anestesia e o desenvolvimento de novos medicamentos e aparelhos deram condições para que as novas técnicas cirúrgicas, que provavelmente seriam letais no passado, hoje sejam realizadas com segurança.

Em anestesiologia, a busca pela segurança e qualidade do controle tanto do adormecer quanto do despertar do paciente, bem como no alívio da dor durante o procedimento cirúrgico, se tornam possíveis devido ao aprimoramento das técnicas, dos medicamentos e das inovações de monitoramento.

Embora sejam comprovadas e amplamente difundidas, as vantagens oferecidas pela técnica do fluxo basal de gases, a propagação do método como rotina entre as técnicas anestésicas, encontra obstáculos diversos, primeiramente pela divergência no conceito de fluxo baixo de gases ou mínimo fluxo de gases e por ser considerada por muitos como complexa na execução.

Vamos entender mais sobre esse assunto e mudar de opinião?

VOCÊ SABE O QUE SIGNIFICA ANESTESIA?

1) Consiste em um “estado não natural, em que a capacidade de reter memória, bem como de discernir e reagir a estímulos lesivos é controlada de forma reversível por meio de uma variedade de medicações e técnicas.”

2) É o estado de total ausência de dor e outras sensações durante uma cirurgia, exame diagnóstico ou curativo. Ela pode ser geral, isto é, para o corpo todo; ou parcial, também chamada regional, quando apenas uma região do corpo é anestesiada.

COMO SURGIU A ANESTESIA COM BAIXO FLUXO?

O nascimento da anestesia cirúrgica moderna foi marcado pelo médico inglês John Snow. Dr. Snow ficou muito conhecido por seu trabalho epidemiológico a respeito da cólera e pela introdução da medicina higiênica — mas também poderia ser indicado como o primeiro anestesiologista de verdade.

No final do século XIX, John Snow iniciou a anestesia inalatória com baixo fluxo de gases com a intenção de reduzir o consumo e evitar a poluição dos anestésicos, conseguindo diminuir bastante o odor do clorofórmio e do éter nas salas de cirurgias.

Ele criou um aparelho experimental de circuito fechado, no qual o paciente respirava oxigênio enquanto o dióxido de carbono exalado era absorvido por hidróxido de potássio.

Como era seu estilo, aprofundou-se no estudo e na compreensão dos anestésicos voláteis. Ao contrário de outros médicos anestesistas, Dr. Snow não estava preocupado com o seu papel e seu possível legado para a medicina, mas com a segurança e a administração correta da anestesia.

Sua atitude calma e atenta na sala de cirurgia — e o foco no bem-estar do paciente, e não no seu orgulho — é um modelo a ser imitado.

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John Snow, médico inglês, foi um dos primeiros médicos a estudar e calcular as dosagens para a utilização de éter e clorofórmio enquanto anestésicos cirúrgicos, permitindo que os pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos tivessem desconfortos e dores atenuados. Chegou, inclusive, a ministrar pessoalmente clorofórmio à Rainha Vitória durante o parto de dois dos seus nove filhos: Leopold, em 1853 e Beatrice, em 1857. Tal fato levou a anestesia obstétrica a uma maior aceitação pública.

O QUE É ANESTESIA COM BAIXO FLUXO?

A técnica de anestesia inalatória com baixo fluxo consiste na redução do uso de gases e agentes anestésicos durante um procedimento cirúrgico, ou seja, utilizar apenas o necessário para que o paciente seja anestesiado.

Sua utilização ajuda na previsão do volume anestésico usado durante o ato anestésico, além da economia dos agentes.

As anestesias de baixo fluxo e de fluxo mínimo se caracterizam pela vazão de pequenos volumes no fluxo de gás fresco em litros por minuto alimentando o circuito de gases do equipamento de anestesia.

O fator diferencial é que o fluxo de gás fresco é claramente menor que o volume-minuto respiratório do paciente. 

Em 1954, Foldes estabeleceu o conceito de baixos fluxos como sendo o fluxo de admissão de gases (FAG) de 1 L.min-1. Já, Virtue, em 1974, estabeleceu outro importante conceito de fluxos mínimos em que o FAG era de 0,5 l.min-1.

anestesia com baixo fluxo

VOCÊ SABIA?

Você sabia que a redução do fluxo de gás fresco abaixo de 1L/min em circuito fechado está associada a vários benefícios durante a fase de indução anestésica inalatória?

Dentre eles, se torna possível administrar volumes adequados para o paciente ser anestesiado, com a otimização de todo o vapor anestésico gerado pelo sistema de vaporização e sem o desperdício para um sistema de exaustão ou eliminado na própria sala.

O sistema circular fechado durante a manutenção anestésica permite a reinalação quase total de todos os gases e vapores expirados, com exceção do CO2, que é absorvido pela cal sodada.

POR QUE UTILIZAR?

Dentre os benefícios do uso da prática de anestesia com fluxo basal de gases frescos, podemos destacar:

  1. Conserva a umidade e temperatura das vias aéreas
  2. Conserva o calor corporal do paciente
  3. Promove a redução na poluição do ambiente
  4. Permite uma melhor previsão do volume anestésico utilizado
  5. Otimiza o consumo de agentes anestésicos inalatórios
  6. Segurança para o paciente
  7. Reduz o risco das complicações pulmonares no pós operatório
  8. Melhor recuperação do paciente
  9. Possibilita uma melhor monitorização dos parâmetros fisiológicos do paciente
  10. Reduz o custo anual com gases e agentes anestésicos para a instituição.

No estudo de BILGI et al. podemos verificar que a função respiratória na técnica anestésica de baixo fluxo é melhor quando comparada à de alto fluxo. E, também, de acordo com FONSECA et al. nota-se que variações no consumo de oxigênio podem indicar alterações diretas no débito cardíaco.

Desta forma, com a técnica de fluxo basal de gases, o anestesiologista mantém a fisiologia corporal e controla com facilidade a função pulmonar e cardiovascular.

Alguns estudos comprovam que há uma redução significativa nos custos anuais de agentes anestésicos com o uso de baixo fluxo. Por exemplo, uma redução de 3L/min para 1L/min resulta em uma economia de aproximadamente 50% no consumo de agentes anestésicos inalatórios.

Segundo o estudo de BORGES e SARAIVA, os principais agentes anestésicos inalatórios foram testados na técnica de baixo fluxo e, excluindo as particularidades voláteis de cada um, foi possível verificar um menor consumo dos gases durante a indução anestésica.

Dessa forma, podemos concluir que a técnica de anestesia com baixo fluxo de gases durante a indução anestésica traz muitos benefícios tanto para o paciente quanto para a instituição hospitalar.

Em destaque, a possibilidade de maior segurança e melhor recuperação para o paciente no pós operatório bem como uma economia significativa no custo anual com os agentes anestésicos.

A MA Hospitalar representa a GE Healthcare — empresa líder global em tecnologia médica, oferecendo um amplo portfólio de soluções completas para o melhor atendimento ao paciente. Dentre elas, destacam-se os aparelhos de anestesia que permitem realizar a técnica de baixo fluxo durante um procedimento cirúrgico.

Os modelos: Carestation 650, Carestation 750, Avance e Aisys são soluções completas em anestesia que possuem uma ferramenta para a realização dessa técnica com qualidade e segurança tanto para o médico anestesista quanto para o paciente.

Gostaria de saber mais sobre o assunto e sobre nossas soluções? Fale conosco!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • BORGES, M. M. J. SARAIVA, R. A. Sequência de Fluxo de Gás Fresco para Início da Anestesia com Baixo Fluxo: Aplicação Clínica do Estudo Teórico de Mapleson. Revista Brasileira de Anestesiologia. Vol. 52, Nº 2, Março – Abril, 2002
  • FONSECA, N. M. LEÃO, D. G. FÉLIX, D. G. FONSECA, G. G. MANDIM, B. L. S. RUZZI, R. A. MARTINS, N. A. COSTA, P. R. R. M. Anestesia com fluxo basal de gases (Quantitativa). Revista Med Minas Gerais. Vol. 21(4 Supl 4): S15-S26. 2011.
  • BRATTWALL, M; MD, PhD. STOMBERG, M. W; PhD. HESSELVIK, F; MD, PhD. JAKOBSSON, J; MD, PhD. Brief review: Theory and practice of minimal fresh gas flow anesthesia. Can J Anesth/J Can Anesth. Vol. 59:785–797. 2012.
  • BILGI, M; GOKSU, S; MIZRAK, A; et al. Comparison of the effects of low-flow and high-flow inhalational anaesthesia with nitrous oxide and desflurane on mucociliary activity and pulmonary function tests. Eur J Anaesthesiol. Vol. 28: 279-83. 2011.
  • BENGTSON, J. P. SONANDER, H. STENQVIST, O. Comparison of costs diferente anaesthethic techniques. Acta Anaesth. Vol. 32:33-2. Scand, 1988.
  • COTTER, S. M. PETROS, A. J. et al. Low flow anaesthesia. Practice, cost implications and acceptability. Anaesthesia. Vol. 46: 1009-1012, 1991.
  • FEISS, P. DEMONTOUX, M. H. COLIN, D. Anaesthetic gas and vapor saving with minimal flow anaesthesia. Acta Anaesthesiol. Belg. Vol. 41: 249-251, 1990.
  • Ortega RA, Mai C. History of anesthesia. In: Vacanti CA, Sikka PK, Urman RD, et al., eds. Essential Clinical Anesthesia. Cambridge: Cambridge University Press; 2011:1–6

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