A monitorização hemodinâmica consiste no acompanhamento contínuo de variáveis fisiológicas cardiovasculares, fornecendo dados que orientam o manejo de pacientes em estado grave.
As variáveis cardiovasculares começaram a ser monitoradas rotineiramente nas unidades de terapia intensiva (UTI) apenas no início dos anos 1970, com a introdução do cateter de artéria pulmonar (CAP).
Desde então, diversas tecnologias e protocolos de manejo de pacientes críticos foram desenvolvidos.
Hoje, além do CAP, a equipe médica pode contar com uma variedade de métodos de monitorização hemodinâmica para orientar suas decisões clínicas e oferecer terapias personalizadas ao paciente.
Neste artigo, explicaremos como a monitorização funciona, quais métodos ela utiliza e por que eles são importantes no cuidado intensivo. Continue a leitura!
O que é monitorização hemodinâmica?
A monitorização hemodinâmica (MH) consiste no acompanhamento contínuo de variáveis fisiológicas cardiovasculares. Ela fornece informações importantes para orientar o manejo de pacientes em estado grave e avaliar o impacto das intervenções terapêuticas realizadas.
Como funciona a hemodinâmica?
A MH funciona por meio da análise de diversos parâmetros vitais que permitem avaliar o estado cardiovascular, identificar alterações e guiar tratamentos específicos. Essa análise pode envolver a utilização de diferentes métodos de monitorização em saúde.
Por que a monitorização hemodinâmica é essencial na UTI?
A condição dos pacientes em cuidados intensivos pode se deteriorar rapidamente. Por isso, os profissionais de saúde precisam utilizar técnicas para identificar alterações que possam levar a complicações graves e orientar seu tratamento.
A MH fornece todos esses dados, permitindo o acompanhamento do quadro clínico em tempo real. Isso possibilita a identificação precoce de complicações no estado hemodinâmico e a realização de intervenções imediatas, evitando agravamento.
Quais são os métodos usados na monitorização hemodinâmica?
Conforme explicado, a monitorização hemodinâmica envolve o uso de diferentes métodos invasivos e não-invasivos. Conheça alguns desses métodos a seguir:
Pressão arterial (PA)
A pressão arterial (PA) é a força que o sangue exerce sobre as paredes dos vasos sanguíneos. Ela pode ser medida de forma invasiva (PAI) ou não invasiva (PNI).
A PAI pode ser avaliada por meio da inserção de um cateter na artéria (radial, femoral, braquial ou pediosa), conectado a um sistema com transdutor de pressão. Já a PNI pode ser medida por meio de técnicas como oscilometria (aparelhos automáticos) e ausculta (esfigmomanômetro).
Pressão venosa central (PVC)
A PVC é a pressão que o sangue exerce na veia cava superior, refletindo a pré-carga do ventrículo direito. Ela é medida por meio de um acesso venoso central, geralmente posicionado no átrio direito, ou por meio de ultrassonografia.
Cateter de artéria pulmonar
O CAP é um cateter flexível que possui um pequeno balão inflável e sensores termométricos. O termistor proximal mede a pressão no átrio direito, enquanto o termistor distal mede a pressão da artéria pulmonar e a pressão de oclusão pulmonar.
Esse cateter é inserido por uma veia central (geralmente a jugular ou subclávia) e posicionado na artéria pulmonar. Dessa forma, ele fornece dados precisos sobre parâmetros hemodinâmicos e oximétricos do paciente.
Ecocardiografia
A ecocardiografia é um método de avaliação da função cardíaca. Ela pode ser feita com diferentes técnicas invasivas ou não invasivas. Uma delas é o ecocardiograma transesofágico (ETE), realizado por meio da inserção de um transdutor especial no esôfago.
Doppler esofágico
O doppler esofágico é um exame de imagem que exige a inserção de um transdutor no esôfago para medir a velocidade do fluxo sanguíneo na aorta descendente.
Ele também pode mensurar parâmetros como a aceleração média e o pico de velocidade do fluxo sistólico, que ajudam a identificar alterações na pressão sistólica.
Perfusão tissular
A medição da perfusão tissular permite avaliar o estado da circulação periférica e a perfusão dos tecidos. Uma das técnicas utilizadas na UTI para isso é o acompanhamento do tempo de enchimento capilar.
Esse teste simples consiste na aplicação de pressão no segundo quirodáctilo e na observação do tempo necessário para a cor original ser restaurada.
Capnometria tissular
A capnometria tissular é uma técnica usada para monitorar a perfusão local, medindo a concentração de dióxido de carbono (CO2) no fim da expiração. Esse método não invasivo de medir a pressão parcial de CO2 arterial pode ser realizado no estômago, na região sublingual ou no intestino.
Fluxo urinário
O fluxo urinário é um dos parâmetros mais importantes para monitorar a perfusão renal e, por consequência, a perfusão sistêmica em pacientes críticos. Isso porque a produção de urina reflete a capacidade dos rins de filtrar e excretar fluido.
Por esse motivo, o fluxo urinário é um ótimo indicador da perfusão do volume extracelular e da adequação do transporte de oxigênio aos tecidos.
Parâmetros hemodinâmicos
Os parâmetros hemodinâmicos incluem medições diretas de diferentes tipos de pressões cardíacas, como a PVC, a pressão da artéria pulmonar e a pressão de oclusão da artéria pulmonar.
Parâmetros oximétricos
Os parâmetros oximétricos envolvem medições para avaliar a oferta e o consumo de oxigênio nos tecidos. Um dos métodos mais utilizados para isso é a saturação venosa mista de oxigênio (SvO2), obtida a partir da artéria pulmonar.
Veja também: Como otimizar a monitorização na anestesia?
Como a monitorização hemodinâmica pode impactar as decisões clínicas na UTI?
A UTI é destinada ao cuidado de pacientes com risco iminente de morte ou perda da função de órgãos e/ou sistemas. Devido a esse estado de fragilidade e à necessidade de cuidados constantes, eles precisam ser monitorados continuamente.
Com a MH, a equipe médica consegue acompanhar os parâmetros vitais desses indivíduos. Esses dados permitem que o médico diagnostique rapidamente as condições subjacentes e ajuste seu tratamento corretamente.
Ou seja, a monitorização influencia nas condutas adotadas no manejo em cuidados intensivos.
Quais são os benefícios da monitorização hemodinâmica?
Investir na MH de pacientes em cuidados intensivos beneficia tanto a equipe médica quanto a própria pessoa. Conheça algumas dessas vantagens a seguir:
- Diagnóstico precoce e preciso de instabilidades circulatórias;
- Avaliação contínua e em tempo real do estado cardiovascular;
- Orientação para terapias individualizadas;
- Melhora do prognóstico e redução de complicações;
- Suporte à decisão clínica.
Como melhorar a prática de monitorização hemodinâmica na UTI?
Para melhorar a prática da monitorização hemodinâmica na UTI, é necessário integrar diferentes estratégias. Uma delas é investir no treinamento contínuo de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde.
Afinal, a equipe precisa ser capacitada para utilizar os métodos de monitorização e interpretar seus resultados.
Outra estratégia importante é implementar protocolos de tratamento baseados nas informações fornecidas por esses indicadores.
Além disso, é fundamental investir em tecnologias de UTI mais avançadas, já que esses recursos fornecem dados mais precisos para orientar o manejo correto.
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