A causa exata do esôfago de Barrett ainda é desconhecida, mas é amplamente considerado uma complicação derivada da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).
Em 1950 o Dr. Norman Barrett, cirurgião torácico de Londres, publicou um artigo chamado de Úlcera péptica crônica do esôfago e esofagite, na qual descreveu úlceras esofágicas cercadas por mucosa colunar encontradas em autópsias.
O esôfago de Barrett é a substituição do epitélio escamoso normal do esôfago distal por metaplasia intestinal (MI).
Causa
O esôfago não possui o mesmo revestimento da mucosa do estômago para resistir à ação do ácido, com isso ocorre uma inflamação quando o ácido reflui do estômago, chamado de esofagite.
A persistência desse refluxo por um longo período de tempo causa uma transformação das células que revestem o esôfago.
O epitélio escamoso normal do esôfago se modifica para o epitélio colunar (revestimento do estômago e intestino) chamado de metaplasia intestinal, condição pré-cancerosa em que as células do estômago estão em processo de diferenciação ficando parecidas com as do estômago, dessa forma resistem melhor ao ácido. Esse esôfago modificado é denominado esôfago de Barrett.
Esta condição muitas vezes é assintomática, porém, em alguns casos, podem aparecer sinais como:
- Azia
- Sabor amargo ou metálico na boca
- Regurgitação
- Arrotos constantes
- Sensação de queimação
- Tosse frequente
- Rouquidão
- Dor no peito
O Esôfago de Barrett afeta mais homens do que mulheres, numa proporção de 3 para 1, é incomum em negros e asiáticos e em alguns estudos, a obesidade e o tabagismo são fatores de risco. Hérnia de hiato também é um grande fator de risco para a doença.
Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito por um gastroeinterologista através de uma endoscopia digestiva alta e biópsia. Esses exames podem ser repetidos ao longo do tratamento, para verificar como está progredindo.
O esôfago de Barrett não tratado pode evoluir para estágios mais sérios, como adenocarcinoma de esôfago, um tipo de câncer. É o maior fator de risco presente em metade dos casos de câncer de esôfago.
Esta doença é dividida em três estágios:
▪ Metaplasia Intestinal Sem Displasia: Presença de esôfago de Barrett, porém nenhuma alteração cancerosa e visível nas células da parede d esôfago.
▪ Displasia de Baixo Grau: As células mostram sinais precoces de alterações pré-cancerosas que podem levar ao câncer de esôfago.
▪ Displasia de Alto Grau: As células do esôfago apresentam um alto grau de alterações pré-cancerosas. Condição anterior ao câncer de esôfago.
Confira abaixo imagens que mostram os estágios do esôfago de Barrett:
1. Esôfago sadio;
2. Esôfago danificado por exposição prolongada ao ácido;
3. Tecido do esôfago de Barrett;
4. Esôfago de Barrett com displasia;
5. Adenocarcinoma de esôfago.
O exame que confirma ou descarta o diagnóstico de câncer de esôfago é a biopsia, feita por endoscopia guiada por ultrassom ou tomografia, quando é retirada uma amostra de tecido que é enviada para análise pelo patologista.
Além disso, o médico pode pedir tomografia de tórax e abdome, broncoscopia. PET-CT e ecoendoscopia para avaliar o estágio do tumor, sua disseminação e sua profundidade.
Tratamento
Após o diagnóstico, um médico irá discutir as opções de tratamento para esôfago de Barrett, baseado na saúde geral da pessoa, se a displasia está presente e, caso afirmativo, a gravidade da displasia. Opções de tratamento incluem medicamentos, terapias ablativas endoscópicas, ressecção endoscópica da mucosa e cirurgia.
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REFERÊNCIAS
- O que é o esôfago de Barret
- Esôfago de Barret, Tua saúde
- Esôfago de Barret, Minha vida
- Câncer de esôfago
- BARRETT NR (October 1950). “Chronic peptic ulcer of the oesophagus and ‘oesophagitis'”. Br J Surg. 38 (150): 175–82. doi:10.1002/bjs.18003815005. PMID 14791960.
- Shaheen NJ, Richter JE. Barrett’s oesophagus. Lancet. 2009;373(9666):850-61.
Notas
1. Based on comparison of average total operation time reported in B550 and SURF randomized clinical trials. Data on file, 2016.
2. Phoa N, van Vilsteren F, Weusten B, Bisschops R, Schoon E, Ragunath K, et al. Radiofrequency Ablation vs. Endoscopic Surveillance for Patients with Barrett’s Esophagus and Low-Grade Dysplasia–A Randomized Clinical Trial. JAMA. 2014;311(12):1209-17. doi:10.1001/jama.2014.2511.