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Encefalopatia isquêmica: o que precisamos saber?

A encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) é uma lesão cerebral causada pela falta de oxigênio e fluxo sanguíneo ao cérebro, especialmente em recém-nascidos durante o parto. Isso pode levar a danos neurológicos sérios e permanentes. Os sintomas variam, mas incluem convulsões, dificuldades de alimentação e atrasos no desenvolvimento. O tratamento imediato é crucial para minimizar danos e melhorar prognósticos.

A encefalopatia hipóxico isquêmica neonatal continua sendo bastante significativa na questão de mortalidade e morbidade em todo o mundo.

Segundo o Ministério da Saúde, a Encefalopatia Crônica da Infância afeta cerca de duas crianças a cada mil nascidos vivos em todo o mundo — sendo a causa mais comum de deficiência física grave na infância, alterando a comunicação receptiva, expressiva e a habilidade de interação.

Esta alteração, mais conhecida como neuropatologia, ocorre por uma drástica redução da oxigenação de sangue, com um aumento de dióxido de carbono, que se transforma em asfixia, que muitas vezes causam falta de perfusão nos tecidos causando isquemia.

A isquemia cardíaca, ou angina, é uma doença arterial coronariana bastante comum no Brasil. É causada muitas vezes pelo fluxo de sangue, que deveria seguir até o coração, mas está reduzido. Consequentemente, com esta diminuição de fluxo, o oxigênio também acaba não chegando aos órgãos, que necessitam uma certa quantidade suficiente para seu funcionamento.

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Como a encefalopatia hipóxico isquêmica (EHI) acontece?

Na EHI, o feto primeiramente desvia sangue para o cérebro, coração e adrenais (glândulas que secretam hormônios na corrente sanguínea). Esta cascata diminui o oxigênio transportado para os rins, pulmões, intestinos e músculos.

Com o passar do tempo a hipóxia se torna um vilão na metabolização anaeróbica — que é uma forma alternativa de metabolismo onde os níveis de oxigênio são baixos e menos energia é produzida durante a respiração. Este fato também traz complicações na frequência cardíaca (FC) e pressão arterial (PA) entre outros parâmetros hemodinâmicos. A resolutiva deste tipo de fatores gera a necrose celular, ou seja, a morte celular ou tecidual do organismo ou até mesmo a morte do recém-nascido.

Diagnóstico

O diagnóstico normalmente ocorre intrauterinamente, em consultas de pré-natal, pois, é monitorado com frequência e avaliado através de exames de imagem, para detecção de possíveis deformidades ou problemas que o feto possa indicar.

No caso de encefalopatia hipóxica, o feto apresenta sinais de sofrimento, caracterizado muitas vezes pela desaceleração da FC (frequência cardíaca), bradicardia sustentada, que é quando os batimentos do feto se colocam abaixo de 100 batimentos por minuto — habitualmente este parâmetro deve manter-se entre 110-160bpm.

Após o nascimento, o recém-nascido com EHI apresenta-se deprimido e com APGAR baixo. O APGAR é um teste realizado em bebês após o nascimento — que avalia o estado geral e de vitalidade, ajudando a identificar se é ou não necessária a intervenção ou cuidado médico imediato.

O índice ou teste de APGAR é realizado através de 5 grupos.

1 — Atividade (tônus muscular)

0 = Músculos flácidos;

1 = Dobra os dedos e movimenta os braços ou pernas;

2 = Movimenta-se ativamente.

2 — Batimento cardíaco

0 = Sem batimento cardíaco;

1 = Inferior a 100 batimentos por minuto;

2 = Superior a 100 batimentos por minuto.

3 — Reflexos

0 = Não responde a estímulos;

1 = Faz caretas quando estimulado;

2 = Chora vigorosamente, tosse ou espirra.

4 — Cor

0 = O corpo tem coloração pálida ou azul-acinzentada;

1 = Coloração rosada no corpo, mas azulada nos pés ou mãos;

2= Coloração rosada em todo o corpo.

5 — Respiração

0 = Não respira;

1 = Choro fraco com respiração irregular;

2 = Choro forte com respiração regular.

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Após o nascimento, é feito pela equipe médica/pediátrica a interpretação do valor de APGAR, cujo, o ideal é de 10 pontos. Este valor surge, após a soma de cada item, no primeiro minuto de vida do bebê e após o 5° e o 10° minuto de vida, este teste é refeito para certificação de que de fato está bem e poderá ser liberado ou não.

Caso o teste permaneça em pontuação menor que 6 dentro dos 5 minutos de vida do bebê, a equipe clínica encaminha o recém-nascido até a UTI, onde vai ser acompanhado e precisará monitorar os seguintes parâmetros:

• Frequência cardíaca

• Pressão arterial

• Glicemia capilar

• Oximetria

• Diurese (urina)

Para monitoramento destes bebês, as unidades de terapia intensiva, contam com alguns equipamentos como: oxímetros, monitores — em casos graves ventiladores mecânicos, incubadoras entre outros equipamentos.

A espectroscopia de infravermelho próximo cerebral, mais conhecido como NIRS, é um tipo de monitorização, que pode fornecer informações importantes e continuas a equipe clínica. Estes métodos indica as principais alterações hemodinâmicas do bebê, facilitando a ação de forma mais prematura.

O INVOS é um equipamento de grande destaque neste tipo de monitorização, pois fornece informações de forma segura e fidedigna baseada na perfusão cerebral/somática em tempo real, favorecendo a detecção de isquemias e até mesmo monitorando de forma regional a oferta e demanda de oxigênio nos tecidos.

Em relação à condução do tratamento dessa criança, é fundamental o acompanhamento, de preferência multidisciplinar, com neurologia e fisioterapia.

Sabemos que, para o estímulo da neuroplasticidade, estes pacientes precisam ser acompanhados de perto. Todo bebê com asfixia perinatal, especialmente os graves, precisam de um acompanhamento mais constante ainda.

Dificuldades vivenciadas pela família

O prognóstico é algo extremamente importante e delicado, pois, especialmente para a equipe clínica, que se deparam com a situação de ter que comunicar aos pais, também temos toda uma questão familiar, que muitas vezes participaram de uma gestação tranquila e de repente são informados sobre um problema grave como a asfixia, que em inúmeras vezes, podem levar o recém-nascido ao óbito ou mesmo que o recém-nascido sobreviva, tenha grande chance de ficar com sequelas neurológicas importantes, como dificuldade de fala, atividades diárias comuns, movimentos entre outros estímulos.

Segundo estudos, no processo de amamentação o maior desafio não vem somente do recém-nascido, mas, também impossibilita e dificulta uma questão mais emocional da mãe, pois, a mesma, vivencia e/ou acompanha a inabilidade do neonato, visto que, o mesmo precisa de condições satisfatória para executar adequadamente a sucção, mas, nem todos esses bebês apresentam estas condições. Estes problemas, são mais acometidos pelas formas anatômicas, estruturais e também alteração neurológica presente no recém-nascido.

Portanto, a escolha dos métodos de tratamento e a equipe profissional, se torna de grande importância, pois, além dar ao bebê uma qualidade de vida melhor dentro de suas possibilidades, a equipe também é responsável por detectar dificuldades e promover apoio para família.

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Referências bibliográficas

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