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Guia de como usar um desfibrilador da forma correta

Um médico usando um desfibrilador

Mesmo pessoas sem formação oficial na área da saúde podem usar um desfibrilador em casos de emergência; saiba como administrá-lo corretamente

Um dos aparelhos indispensáveis em ambientes hospitalares, o desfibrilador serve para tratar arritmias cardíacas potencialmente fatais, como fibrilação e taquicardia ventriculares. Sua função é enviar uma descarga elétrica controlada ao coração para restabelecer o ritmo dos batimentos.

Assim, é utilizado em situações de emergências, como em paradas cardíacas súbitas, que acontece quando o coração não consegue mais bombear sangue de maneira apropriada.

De forma um pouco mais detalhada, o disparo do choque de um desfibrilador despolariza as células do músculo cardíaco, descontinuando a atividade elétrica desorganizada.

Com isso, o marca-passo natural do coração – chamado de nó sinusal ou nó sinoatrial – recupera o controle cardíaco e restaura um ritmo regular e saudável.

Componentes do desfibrilador

Existem três componentes principais em um aparelho desfibrilador que, juntos, funcionam como um só mecanismo para o tratamento dos pacientes:

  1. Capacitor: armazena a energia e libera a descarga elétrica assim que o dispositivo é ativado
  2. Eletrodos: polos condutores de energia que fazem contato direto com o paciente; em desfibriladores externos, os eletrodos são colocados sobre a pele do peito
  3. Algoritmos de detecção de arritmia: são capazes de ler o ritmo cardíaco e identificar problemas que podem colocar a vida do paciente em risco, emitindo alertas quando há a necessidade de intervenção desfibrilar 

Como usar o desfibrilador corretamente?

Um médico segurando um desfibrilador

Para que a descarga elétrica seja administrada de maneira segura e eficaz, é preciso prestar atenção em alguns aspectos durante a operação do desfibrilador.

Siga os passos a seguir:

  1. Verifique se o local é apropriado. Caso haja água, fogo ou qualquer outro elemento perigoso, leve a vítima até um local seguro antes de qualquer intervenção.
  2. Pressione o botão liga/desliga para ativar o desfibrilador e abra a tampa do aparelho.
  3. Remova qualquer objetivo que interfira no acesso ao tórax do paciente, como roupas, acessórios e roupa íntima (como sutiã, por exemplo).
  4. Retire os eletrodos da embalagem e conecte-os ao aparelho.
  5. Remova as películas protetoras dos eletrodos. Depois, posicione uma pá na parte superior direita do tórax do paciente, abaixo da clavícula, e a outra na área inferior esquerda, abaixo da axila.
  6. Enquanto o dispositivo faz a análise dos batimentos cardíacos, mantenha-se do lado do paciente, mas evite contato direto (sem encostar) para que não haja interferências na leitura.
  7. Caso o sistema identifique arritmia perigosa, o botão com sinal de raio começará a piscar. Basta pressioná-lo para que o choque seja administrado, sempre lembrando de manter distância da vítima ao longo da descarga elétrica.

Recomenda-se fazer cerca de dois minutos (cinco ciclos) de manobras de RCP (ressuscitação cardiopulmonar) logo após o choque. O desfibrilador também indica o que deve ser feito. É importante seguir essas instruções para assegurar a estabilidade da vítima.

Se as manobras forem aplicadas por pessoas com treinamento mínimo, ou seja, por indivíduos que não sejam médicos qualificados, é imprescindível chamar ajuda profissional para socorrer a vítima. Enquanto a equipe de emergência não chega, os passos acima podem ser cuidadosamente executados.

Além da descarga elétrica, o desfibrilador é útil para fazer o monitoramento dos batimentos cardíacos. Portanto, mesmo após a aplicação do choque, o equipamento ainda pode ser utilizado para acompanhar a estabilidade do coração.

Quando o desfibrilador deve ser utilizado?

Como dito anteriormente, o desfibrilador deve ser usado em casos de desregulação cardíaca, como fibrilação ventricular e taquicardia ventricular.

Fibrilação ventricular

Acontece quando os ventrículos (câmaras inferiores do coração) se contraem de maneira desordenada, ineficiente e rápida além do normal. Isso é motivado por múltiplos impulsos elétricos desconexos.

Os sintomas são perda de consciência e capacidade de resposta, breves crises de convulsão e até lesões cerebrais irreversíveis pela falta de oxigenação no cérebro, caso o tratamento não seja providenciado em até cinco minutos.

Taquicardia ventricular

É definida como um ritmo cardíaco que se inicia nos ventrículos, produzindo frequência de, pelo menos, 120 batimentos por minuto. A frequência cardíaca normal é de 60 e 100 batimentos por minuto.

Os sinais são palpitações, fraqueza, tontura, dores no tórax, queda de pressão e insuficiência cardíaca.

Tipos de desfibrilador

Existem diferentes modelos de desfibrilador que cumprem as mesmas funções, mas cuja usabilidade depende do ambiente e estado geral do paciente.

Cardioversores/Desfibriladores Implantáveis (CDI)

Exclusivos para cirurgias, os dispositivos são colocados dentro do corpo, abaixo da clavícula, em pacientes com altas chances de fibrilação ou taquicardia ventriculares.

Desfibriladores Externos Manuais

Administrados por profissionais de saúde em hospitais e salas de emergência.

Configurados para uso integrado a outros equipamentos médicos, oferecem mais controle de energia.

Desfibriladores Externos Automáticos (DEA)

Dispositivos para manipulação por pessoas leigas ou com treinamento básico, são de tamanho que facilita o transporte e armazenamento. Podem ser encontrados em locais públicos e de grande circulação, como estações de trem/metrô, shoppings, aeroportos, etc.

Caso o aparelho identifique a necessidade de descarga elétrica a partir do ritmo cardíaco, oferece instruções de voz para administrá-lo corretamente.

Desfibrilador Externo Automático DEA i3

Um  desfibrilador dea i3

O Desfibrilador Externo Automático DEA i3 é um equipamento confiável e eficaz projetado para intervenções rápidas em casos de parada cardíaca. Além das características gerais dos DEA, o DEA i3 possui uma interface simples e intuitiva com instruções por voz do passo a passo que deve ser realizado.

Desfibrilador Externo Automático DEA i5

Um desfibrilador dea i5

O DEA i5 é um aparelho de fácil utilização com tela colorida, que facilita no momento da utilização, com imagens explicativas. O dispositivo, assim como o DEA i3, conta com instruções de voz para o momento da reanimação. O Desfibrilador Externo Automático DEA i5 possui também conexão Wi-fi e transmissão de dados para aplicativo em dispositivo móvel.

Desfibriladores Externos Semi-Automáticos (DESA)

São muito parecidos com o DEA, mas o operador deve apertar um botão para administrar o choque após a análise dos batimentos cardíacos.

Os DESAs são mais utilizados em locais onde há equipes treinadas, como empresas e instalações esportivas.

Uso correto do desfibrilador é indispensável

O desfibrilador é um equipamento que interfere diretamente em situações de grande perigo, agindo de maneira rápida e eficaz para reverter o quadro de arritmia cardíaca de uma vítima. Alguns modelos, inclusive, podem ser usados por pessoas que não atuam como profissionais de saúde – como é o caso do DEA e DESA.

No entanto, por mais que o aparelho seja essencial em emergências que envolvem o descontrole dos batimentos do coração, é indispensável que o operador saiba manipulá-lo de forma correta para que a descarga elétrica seja aplicada apropriadamente e, assim, salvar a vida do paciente.

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