Os profissionais da saúde precisam aprender como esterilizar aspiradores hospitalares adequadamente, para prevenir infecções cruzadas e garantir a segurança dos pacientes. Isso porque, durante a aspiração, são removidas secreções, líquidos e gases do corpo do paciente, componentes biológicos com potencial infeccioso que precisam ser devidamente esterilizados do equipamento.
Saber como esterilizar aspiradores hospitalares é responsabilidade da equipe da Central de Material e Esterilização (CME), que deve conhecer os métodos adequados de limpeza, desinfecção e esterilização de cada componente do equipamento.
Em locais onde não há CME, essa função é atribuída à equipe de enfermagem, especialmente técnicos e auxiliares, que devem seguir protocolos padronizados sob supervisão do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH).
Além disso, é importante que todos os profissionais envolvidos no manuseio e uso de aspiradores, como enfermeiros e técnicos, saibam identificar sinais de contaminação ou falhas no equipamento.
A esterilização é o processo físico ou químico que elimina todos os microrganismos, incluindo bactérias, vírus, fungos e esporos, de superfícies, instrumentos ou líquidos.
Diferente da desinfecção, que reduz a carga microbiana, o processo esterilizante torna o material totalmente livre de vida microbiana, garantindo segurança em procedimentos médicos, odontológicos, laboratoriais e cirúrgicos.
Como esterilizar aspiradores hospitalares?
O passo a passo é metódico e deve ser realizado com muito cuidado. Pensando nisso, explicamos cada etapa nos tópicos seguintes:
1. Desligar e desmontar o equipamento
Antes de qualquer procedimento, o aspirador hospitalar deve ser desligado da rede elétrica para garantir a segurança do profissional.
Em seguida, deve-se desmontar cuidadosamente o equipamento, separando os frascos coletores, tampas, mangueiras, válvulas e filtros, conforme as orientações do fabricante.
Cada peça deve ser analisada para verificar se é reutilizável ou descartável.
2. Realizar a limpeza prévia
A limpeza do aspirador cirúrgico é uma etapa essencial antes da ação esterilizante, pois a presença de resíduos orgânicos impede a ação eficaz dos agentes esterilizantes.
Para isso, as peças devem ser lavadas com água morna e detergente enzimático, utilizando escovas apropriadas para alcançar todas as áreas internas.
Após a escovação, é necessário enxaguar com água potável e secar completamente com papel toalha descartável ou ar comprimido filtrado.
3. Selecionar o método de esterilização adequado
A escolha do método depende do tipo de material dos componentes. Peças termorresistentes podem ser esterilizadas em autoclave, enquanto peças sensíveis ao calor devem passar por métodos como óxido de etileno ou plasma de peróxido de hidrogênio.
Em casos onde a ação esterilizante completa não é possível, pode-se aplicar desinfecção de equipamentos médicos de alto nível, com produtos químicos como glutaraldeído ou ácido peracético, seguindo o tempo de contato indicado pelo fabricante.
4. Acondicionar e armazenar corretamente
Após o processo esterilizante, os componentes devem ser embalados em materiais próprios para manter a esterilidade, como campos estéreis ou invólucros selados.
Devem ser armazenados em locais limpos, secos e organizados, afastados de fontes de contaminação.
É importante também registrar a data da esterilização e o prazo de validade, quando aplicável, para garantir o controle e rastreabilidade dos materiais.
5. Manter o controle de qualidade e treinamento
Por fim, é fundamental que o processo de esterilização seja supervisionado pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e que os profissionais envolvidos estejam treinados conforme os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs).
A realização periódica de testes biológicos e químicos garante a eficácia dos métodos utilizados, além de prevenir falhas que comprometam a segurança dos pacientes e da equipe.
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Por que é importante esterilizar aspiradores hospitalares?
Essa é, antes de mais nada, uma obrigação legal, regulamentada por órgãos de saúde, como a Anvisa. Além disso, permite:
- Prevenir infecções cruzadas entre pacientes;
- Evitar a proliferação de microrganismos patogênicos;
- Garantir a segurança dos procedimentos de aspiração;
- Proteger a equipe de saúde contra contaminações;
- Atender às normas da Anvisa sobre reprocessamento e demais protocolos hospitalares;
- Preservar a vida útil do equipamento;
- Evitar complicações respiratórias causadas por equipamentos contaminados;
- Manter a qualidade do atendimento e a credibilidade da instituição.
Quais são as normas e diretrizes de limpeza para esse equipamento?
As normas e diretrizes de limpeza para aspiradores hospitalares são baseadas nas recomendações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), especialmente na RDC nº 15/2012, que trata do reprocessamento de dispositivos hospitalares.
Segundo a regulamentação, todos os componentes reutilizáveis que entram em contato com secreções corporais devem ser limpos, desinfectados ou esterilizados de acordo com sua classificação de risco (crítico, semicrítico ou não crítico).
Peças como frascos coletores, tampas e mangueiras devem ser consideradas semicríticas e exigem, no mínimo, desinfecção de alto nível, ou esterilização quando possível.
Além disso, os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) devem ser elaborados pela instituição de saúde, descrevendo detalhadamente cada etapa da limpeza, desinfecção e/ou esterilização, incluindo produtos utilizados, tempo de exposição e técnicas seguras de manuseio.
A equipe responsável precisa ser treinada e os processos devem ser monitorados e validados periodicamente, com registros de cada ciclo de reprocessamento.
O cumprimento dessas diretrizes é essencial para garantir a segurança do paciente e da equipe, além de estar em conformidade com auditorias e fiscalizações sanitárias.
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Quais são os riscos associados ao uso de aspiradores não esterilizados?
Podemos citar como principais riscos a:
- Transmissão de infecções respiratórias e sistêmicas;
- Contaminação cruzada entre pacientes;
- Desenvolvimento de infecções hospitalares (IRAS);
- Proliferação de bactérias resistentes;
- Complicações em pacientes imunossuprimidos;
- Risco de contaminação da equipe de saúde;
- Redução da eficácia do equipamento por obstruções ou resíduos;
- Comprometimento da segurança e credibilidade da instituição.
Qual a frequência de esterilização e manutenção preventiva?
A frequência deve seguir a rotina de uso e o risco de contaminação: componentes reutilizáveis que entram em contato com secreções corporais (como frascos, tampas e mangueiras) devem ser esterilizados ou submetidos à desinfecção de alto nível, após cada uso.
Já a manutenção preventiva do equipamento na totalidade, incluindo partes elétricas e mecânicas, deve ser realizada periodicamente, conforme orientação do fabricante, geralmente a cada 3 a 6 meses.
Impactos da esterilização inadequada em cirurgias
Um processo de esterilização inadequado em procedimentos cirúrgicos pode levar a consequências graves para os pacientes, como o aumento do risco de infecções no sítio cirúrgico, sepse e complicações pós-operatórias.
A presença de instrumentos ou equipamentos contaminados — como o aspirador cirúrgico — compromete diretamente a segurança do procedimento e a recuperação do paciente.
Além de prejudicar o resultado cirúrgico, a falha na esterilização expõe os pacientes a microrganismos resistentes, aumenta o tempo de internação, eleva os custos hospitalares e pode gerar consequências legais e financeiras para a instituição.
Equipamentos mal higienizados também podem apresentar falhas durante o procedimento, afetando o desempenho do cirurgião e colocando a vida do paciente em risco.
Para aprender na prática como esterilizar aspiradores hospitalares, é recomendável buscar estágios e treinamentos, especialmente nos setores de controle de infecção e central de material esterilizado, além de participar de cursos técnicos e profissionalizantes em biossegurança hospitalar e esterilização.
Também é útil aproveitar as capacitações oferecidas por fabricantes de equipamentos, workshops especializados e programas de educação continuada voltados para profissionais da saúde.
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