A Trombose Venosa Profunda (TVP) é o resultado da alteração da coagulação sanguínea causada pelo Sars-Cov-2, o que pode aumentar as complicações dos pacientes internados com esta doença.
A trombose venosa profunda (TVP) é caracterizada por uma coagulação mais intensa e propícia a gerar uma massa sólida de sangue – e isso dificulta o retorno venoso ao coração.
Tende a atingir as pernas e, entre outras coisas, provocar dor. Mas o perigo mesmo é quando os chamados trombos viajam pelo corpo e se instalam nos pulmões, causando a embolia pulmonar – quadro que pode ser fatal.
Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), de maneira geral, há 60 casos de TVP para cada 100 mil habitantes.
O Tromboembolismo Pulmonar (TEP) é responsável por 5-10% das mortes em pacientes hospitalizados, fazendo com que o Tromboembolismo Venoso (TEV) seja a principal causa de morte evitável nesses pacientes. No Brasil estima-se que sua prevalência seja 16,6%.
Dentre os principais fatores de risco, pode-se citar [evidência nível A1]:
- Idade
- Imobilização
- Tempo de cirurgia, anestesia com duração maior que 30 minutos com anestesia geral
- História anterior de TEV
- Câncer
- Obesidade
- Trauma
- Gravidez e Puerpério
- Acidente Vascular Cerebral
O MAIS NOVO DESAFIO DA COMUNIDADE MÉDICA É A INCIDÊNCIA DA TVP NOS PACIENTES HOSPITALIZADOS COM COVID-19.
TROMBOSE E A COVID-19
Um estudo publicado em julho 2020, realizado em pacientes críticos em UTI, demonstraram taxa de trombose venosa profunda (TVP) de 27% e trombose arterial de 3,7%, mesmo em uso de métodos preventivos medicamentosos.
No caso da COVID-19, a anticoagulação é indicada e aplicada, seja nos protocolos precoces ou já no início do tratamento.
COMO PREVENIR
A prevenção é de extrema importância — e na maioria das vezes é feita apenas o uso de medicamentos.
Os doentes cirúrgicos ou clínicos com alto risco de sangramento, seja pelo tipo de cirurgia (p.ex. neurocirurgia), seja por outros fatores associados, devem ser tratados preferencialmente de forma mecânica — compressão pneumática intermitente (CPI) e meia elástica — enquanto durar este risco [evidência nível B2].
Por isso, a importância de selecionar qual o melhor e mais adequado método preventivo para cada paciente hospitalizado, seja porque irá realizar uma cirurgia (o parto cesária também) ou por motivos clínicos, é fator fundamental para uma assistência hospitalar voltada para a segurança do paciente.
Para isto há os protocolos de classificação de risco, baseados na literatura médica, e consagrados pela ciência, auxiliam na decisão de qual método será mais eficaz: farmacológico ou mecânico ou até mesmo os dois em conjunto.
PREVENÇÃO MECÂNICA: O QUE É?
De acordo com o grau de risco do paciente em desenvolver a Trombose Venosa Profunda, a prevenção é desde a movimentação ativa das pernas, fisioterapia hospitalar, uso de meias compressivas graduadas até a Compressão Pneumática Intermitente (CPI).
A Compressão Pneumática Intermitente, trata-se de um aparelho que envolve as pernas do paciente através de perneiras, e que, ao se insuflar de ar de forma intermitente, comprime os tornozelos, as panturrilhas e coxas, aumentando o fluxo sanguíneo, diminuindo o risco de formação de trombos no local (panturrilha e ou coxa). Também há a possibilidade de uso nos pés.
Dentre estes métodos, a CPI, foi mais efetiva na prevenção da TVP em pacientes hospitalizados, conforme um levantamento de estudos científicos com um total de 16.164 pacientes estudados. E quando a prevenção mecânica é associada a farmacológica, essa efetividade na redução da TEV, é maior ainda.
A preocupação com o bem-estar e segurança do paciente está cada vez mais em evidência e proporcionar uma prevenção certeira e adequada para uma doença evitável, e por muitas vezes fatal, pode significar uma experiência agradável e de confiança do paciente no ambiente hospitalar.
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REFERÊNCIAS
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