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Quais são os benefícios de usar aventais cirúrgicos descartáveis?

Quais são os benefícios de usar aventais cirúrgicos descartáveis?

As UTIs são ambientes de alto risco para contaminações, onde os pacientes estão mais vulneráveis a infecções do que em outras áreas hospitalares.

Em ambientes hospitalares, habitualmente circulam pacientes debilitados e imunodeprimidos, que muitas vezes estão ou são submetidos a infecções de diversas formas — sejam elas através de aventais cirúrgicos descartáveis ou reutilizáveis, insumos, equipes internas ou até mesmo em equipamentos hospitalares e procedimentos realizados.

Em UTIs existem altos níveis de contaminação — nessas unidades os pacientes estão mais suscetíveis a infecções e complicações do que em outros setores dentro dos hospitais.

As equipes de saúde, ou equipes clínicas, são os maiores veículos de contaminação cruzada existentes em Centro Cirúrgicos e UTIs, seja por contato com seus pacientes ou através de insumos e EPIs utilizados nestes atendimentos.

Estima-se que aventais reutilizáveis e equipamentos sejam os grandes vilões nesse processo de contaminação. No caso dos aventais cirúrgicos, por serem lavados e esterilizados, com o tempo acontece o desgaste dessas fibras de tecido.

Outro fator é terem suas mangas longas, que entram diretamente em contato com cada paciente — e isso facilmente poderá ser responsável por uma maior colonização de bactérias entre leitos.

LEI Nº 14.466

Atualmente, foi estabelecida uma Lei (nº 14.466) que proíbe a utilização dos aventais cirúrgicos ou jalecos fora dos locais de trabalho. Desde então esta lei gerou muito conflito entre classes médicas. A justificativa foi minimizar, ou até acabar, com a contaminação dos pacientes provenientes de bactérias vindas da rua.

Nos últimos anos, com o avanço tecnológico e o aumento de carga trabalhista principalmente para enfermeiros, desenvolveram-se maiores riscos ocupacionais, como por exemplo: riscos químicos, físicos, ergonômicos, biológicos entre outros.

Pensando numa minimização de riscos, boa parte dos hospitais acabou disponibilizando aos profissionais Equipamentos de Proteção Individual (EPI), que trazem em sua essência a proteção dos colaboradores — e logicamente dos pacientes atendidos pelos mesmos.

Em 2010 tornou-se obrigatório por normas regulamentadoras a disponibilização e/ou fornecimento destes equipamentos de proteção ao colaborador de cada instituição, visando cada função e se adequando a cada setor de forma coesa.

Tratando-se de ambientes hospitalares a resistência microbiana, viral e até mesmo bacteriana aumentou consideravelmente a utilização destes itens como: luva, óculos, máscaras N95 e aventais.

COVID-19 X RISCOS DE CONTAMINAÇÃO

No cenário em que vivemos, em tempos de Covid-19, o avental cirúrgico descartável se destaca, com as máscaras, pois é utilizado como grande barreira protetora durante o contato com pacientes infectados pelo vírus. Mesmo com tanta importância e necessidade, ainda acontece de faltarem esses EPIs — o que é bastante preocupante neste período de pandemia.

Estima-se que desde o período de início da pandemia até os dias atuais, 257 mil profissionais de saúde foram infectados. Dentro desta estimativa, 38,5% dos técnicos e auxiliares de enfermagem, 21,7% de médicos e 15,9% de enfermeiros acabaram não resistindo e vindo a óbito — o que demonstra ainda mais como é importante a utilização destes itens.

Pensando neste cenário, a Associação Médica Brasileira e o Conselho Federal de Medicina abriram canais para reivindicação destes itens essenciais para seus profissionais, que muitas vezes não chegam até os hospitais — o que reverbera ainda mais a dificuldade destes de combaterem o vírus.

AVENTAIS CIRÚRGICOS DESCARTÁVEIS X REUTILIZÁVEIS

Em relação aos aventais existem dois tipos: o reutilizável e o descartável. Na prática, grandes hospitais e instituições acabam confeccionando seus próprios aventais com a matéria prima arrecadada e mão de obra interna.

Após a utilização, os aventais cirúrgicos reutilizáveis são direcionados aos processos de lavagem para esterilização e desinfecção dos tecidos — o que acaba muitas vezes não compensando para o hospital.

Afinal, no momento de pandemia devemos utilizar um avental por paciente e com o aumento da taxa de pacientes aumenta a cada dia, precisar-se-ia de aventais sendo lavados, costurados, e transportador em tempo integral — o que muitas vezes acaba se fazendo impossível.

Além do desgaste de fibras do avental, que trazem aberturas para entrada de vírus ou infecções e tornam o avental ineficaz em sua função, o custo destes processamentos também acaba sendo alto para o hospital — que muitas vezes recorre aos aventais descartáveis.

No caso de aventais cirúrgicos descartáveis, os mesmos são fabricados de materiais normalmente chamados de não tecidos ou aventais cirúrgicos descartáveis impermeáveis — que oferecem uma proteção bastante importante: o repelimento de líquidos e fluidos — o que já não encontramos nos aventais reutilizáveis. 

Além disso, os aventais descartáveis oferecem a segurança de um avental para cada paciente com 100% da sua eficácia — o que faz toda a diferença aos profissionais e pacientes atendidos.

Desta forma, estima-se que uma instituição aderindo ao avental cirúrgico descartável, além dos gastos se reduzirem drasticamente, trazem muitos benefícios a seus usuários — mais segurança à equipe técnica e clínica, beneficiando pacientes no combate a infecções cruzadas e a combater a Covid-19, possibilitando ao hospital investir em outros setores ou serviços internos.

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REFERÊNCIAS

  • Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria MTE/SIT n. 194, de 7 de dezembro de 2010. Altera a Norma Regulamentadora n. 6. Equipamento de proteção individual [Internet]. Brasília; 2010 [citado 2013 jul. 19].
  • Brasil. Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Processamento de Roupas de Serviços de Saúde [Internet]. Brasília; 2009 [citado 2014 jun. 17]. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/processamento_roupas.pdf
  • Prevenção de infecção hospitalar pela equipe cirúrgica de um hospital de ensino / Prevention of nosocomial infection by the surgical team of a teaching hospital Madeira, Maria Zélia de Araújo; Santana, Raniéri Aparecida Pereira de; Santos, Ana Maria Ribeiro dos; Moura, Elaine Cristina Carvalho. Rev. SOBECC ; 17(1): 35-44, jan.-mar. 2012.
  • GRAZIANO, K.U.; LACERDA, R.A. Paramentação cirúrgica. In: LACERDA, R.A. et al. Buscando compreender a infecção hospitalar no paciente cirúrgico. São Paulo, Atheneu, 1993. p.48-52.

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