A Organização Mundial de SaĂșde (OMS) recomenda a nomenclatura de prĂ©-termos ou prematuros para crianças que nascem com idade gestacional menor que 37 semanas, situação que, anualmente, atinge 15 milhĂ”es de crianças ao redor do mundo.
No Brasil, cerca de 12% dos nascidos vivos sĂŁo oriundos dessas gestaçÔes. A porcentagem corresponde a aproximadamente 360 mil crianças ao ano, quase mil ao dia, no PaĂs.
Um outro dado, desta vez do Fundo das NaçÔes Unidas para a InfĂąncia (Unicef) e do MinistĂ©rio da SaĂșde, mostra que, no Brasil, 11,7% de todos os partos ocorrem antes do tempo.Â
Segundo determinação da OMS, duas classificaçÔes de grande importĂąncia devem ser empregadas aos recĂ©m-nascidos para se identificar Ă s condiçÔes fĂsicas e, atĂ© mesmo as relacionadas com a maturação.
A primeira estå relacionada à idade gestacional do recém-nascido, que são classificados como: pré-termo, aquele com menos de trinta e sete semanas de idade gestacional; a termo, aquele entre trinta e sete e quarenta e uma semanas e seis dias de idade gestacional, ou pós termo, aqueles com quarenta e duas semanas ou mais de idade gestacional.
A outra classificação é quanto ao peso, onde acima de quatro quilos considera-se uma macrossomia, entre dois quilos e meio e menos de quatro quilos considera-se normal, com menos de dois quilos e meio considera-se baixo peso, e com menos de um quilo e meio considera-se muito baixo peso.
POR QUE ACONTECE?
Existem alguns motivos para bebĂȘs nascerem antes do tempoâ â a prematuridade Ă© um fenĂŽmeno multifatorial e, em muitos casos, Ă© difĂcil identificar uma causa exata. Existem diversos fatores que podem resultar no nascimento prematuro.
A ausĂȘncia dos cuidados de prĂ©-natal Ă© um dos principais. AlĂ©m deste, o tabagismo, o alcoolismo, o uso de entorpecentes, o estresse exacerbado, as infecçÔes urinĂĄrias, o sangramento vaginal, o diabetes, a obesidade, a hipertensĂŁo e a gravidez gemelar sĂŁo causas frequentes para o parto prematuro.
COMO PREVENIR?
O segredo para reduzir os riscos de ter um bebĂȘ prematuro estĂĄ no bom acompanhamento mĂ©dico durante o prĂ©-natal. Buscar conselhos de um profissional de medicina de confiança antes mesmo da gravidez e seguir um estilo de vida mais saudĂĄvel Ă© uma opção recomendĂĄvel.
AlĂ©m disso, o prĂ©-natal deve ser iniciado imediatamente apĂłs a confirmação da gravidez. A histĂłria clĂnica, as consultas e os exames, bem como o monitoramento mĂ©dico constante, sĂŁo os passos necessĂĄrios para evitar a complicação.
PROBLEMAS RELACIONADOS COM A PREMATURIDADE
O recém-nascido prematuro, devido à imaturidade de seus órgãos e sistemas, pode desencadear vårios problemas resultantes da sua dificuldade de adaptação extra-uterina.
O sistema respiratĂłrio dos prematuros tende a adaptar-se mal Ă respiração do ar ambiente e manifestar uma depressĂŁo respiratĂłria logo na sala do parto, bem como hĂĄ uma susceptibilidade maior ao desencadeamento de displasia broncopulmonar, doença da membrana hialina, apneia da prematuridade e sĂndrome de Mikity-Wilson (caracteriza-se por blebs e bolhas de enfisema pulmonar com alvĂ©olos de paredes espessadas.
Manifesta-se por incapacidade de ventilação pulmonar normal acompanhada de hipóxia).
Os prematuros correm risco de ter problemas neurolĂłgicos, tais como a hemorragia intracraniana e a depressĂŁo perinatal.
No sistema cardiovascular pode estar presente a hipotensĂŁo, a hipovolemia, e, atĂ© mesmo, uma insuficiĂȘncia cardĂaca congestiva.
Problemas metabólicos, tais como a hipoglicemia, hipocalcemia, acidose metabólica e osteopenia da prematuridade, são comuns em recém-nascidos prematuros.
Os recém-nascidos prematuros necessitam de uma atenção especial quanto ao tipo, à quantidade e à via de alimentação, uma vez que seu sistema digestório encontra-se imaturo. Deve-se ter cuidados com relação à prevenção da enterocolite necrosante.
A anemia e a apresentação da hiperbilirrubinemia são problemas hematológicos frequentes em prematuros.
Os rins imaturos caracterizam-se por apresentar uma deficiĂȘncia na filtração glomerular e uma dificuldade de metabolizar volumes de ĂĄgua, solutos e ĂĄcidos (MEDSI; STARK, 2000).
Os prematuros sĂŁo especialmente susceptĂveis a hipotermia e a hipertermia, caracterizando-se, entĂŁo, em uma imaturidade do mecanismo de regulação tĂ©rmica.
O sistema imunolĂłgico apresenta uma deficiĂȘncia tanto na resposta humoral quanto celular, o que aumenta a vulnerabilidade de infecçÔes em prematuros. Problemas oftalmolĂłgicos, como a retinopatia da prematuridade, pode desenvolver-se.
A TERAPIA VENOSA PARA O DESENVOLVIMENTO DO RN
Diariamente, inĂșmeros procedimentos sĂŁo realizados nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal, sendo parte de estratĂ©gias terapĂȘuticas que tĂȘm como finalidade garantir a sobrevida dos recĂ©m-nascidos (prematuros ou a termo). Muitos desses procedimentos sĂŁo invasivos e dolorosos.
O neonato reage a esses estĂmulos nociceptivos de forma que frequentemente trazem alteraçÔes respiratĂłrias, cardiovasculares, endĂłcrino-metabĂłlicas que podem resultar no aumento da morbimortalidade neonatal.
Uma das ĂĄreas de grande atuação dos profissionais de enfermagem Ă© a terapĂȘutica intravenosa. Devido Ă necessidade de o neonato ter acesso venoso por tempo prolongado e Ă administração de drogas irritantes ou vesicantes, soluçÔes hiperosmolares, nutrição parenteral, antibioticoterapia que repercute em repetidas punçÔes venosas perifĂ©ricas no decorrer da internação, o tratamento pode se prejudicar devido ao risco de o bebĂȘ ficar sem acesso.
A imaturidade do sistema vascular faz com que os acessos venosos sejam perdidos com grande frequĂȘncia, trazendo como consequĂȘncias a interrupção da terapĂȘutica adotada e os danos secundĂĄrios ao extravasamento de soluçÔes.
AlĂ©m disso, hĂĄ um maior risco de infecção nestes pacientes, devido Ă s inĂșmeras punçÔes venosas que sĂŁo realizadas. Todos estes fatores geram estresse e dor no neonato, contribuindo para uma recuperação mais lenta e um maior tempo de internação hospitalar.
Para evitar tal situação, muitas vezes serå necessåria a instalação de um cateter venoso central como umbilical, dissecção de veia ou passagem de cateter venoso central de inserção periférica (PICC).
O PICC vem sendo uma alternativa adotada nas unidades de terapias neonatais para a manutenção de acesso venoso profundo e prolongado nos recém-nascidos de alto risco. A inserção do cateter é um procedimento realizado por enfermeiros com treinamento e habilitação exigida por lei conforme Resolução COFEN 258/2001.
O PICC é um dispositivo inserido por uma veia periférica, que migrarå até a veia cava superior ou inferior e que apresenta baixos riscos de infecção e de complicaçÔes desde o momento da inserção até a sua retirada.
A cateterização intravenosa permitiu o desenvolvimento de novas tĂ©cnicas diagnĂłsticas e tratamentos especializados, sendo adotados com grande frequĂȘncia nas UTIN para cuidados intensivos e semi intensivos para neonatos prematuros extremos, oferecendo um precioso suporte na monitorização hemodinĂąmica, hemodiĂĄlise, administração de nutrição parenteral total (NPT), lĂquidos, quimioterĂĄpicos, infusĂŁo de sangue e hemoderivados, antibioticoterapia prolongada, pacientes submetidos a certos procedimentos cirĂșrgicos, portadores de malformaçÔes e sĂndromes.
Sua contra indicação estå relacionado à recém-nascidos com lesão/infecção cutùnea próxima ao local de inserção; em neonatos com edema ou dissecção venosa prévia; nos casos de alteração anatÎmica, que interfiram na progressão do cateter; em pacientes com policitemia, pelo risco de obstrução do cateter; e se houver recusa dos pais.
Os PICC podem ser compostos com lĂșmen Ășnico ou duplo lĂșmen, constituĂdo de poliuretano ou silicone, sĂŁo hemocompatĂveis e menos trombogĂȘnicos dificultando a adesĂŁo de microrganismos em suas paredes, o que permite uma permanĂȘncia prolongada.
Portanto, a escolha do cateter perifĂ©rico de inserção central para o tratamento da prematuridade traz benefĂcios nĂŁo somente para os neonatos e suas famĂlias, mas tambĂ©m para as instituiçÔes de saĂșde, que terĂŁo menores Ăndices de infecção hospitalar e uma maior satisfação dos clientes.
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REFERĂNCIAS BIBLIOGRĂFICAS
- https://www.gov.br/pt-br/noticias/saude-e-vigilancia-sanitaria/2020/11/data-marca-importancia-do-cuidado-com-o-prematuro
- https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/departamento-cientifico-de-neonatologia-da-sbp-divulga-publicacao-com-enfase-na-prevencao-da-prematuridade/
- https://chniteroi.com.br/pt/sobre-nos/blog/prematuridade-entenda-o-que-e-suas-causas-e-como-prevenir
- https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/caracterizando-recem-nascidos-submetidos-a-insercao-do-picc/10344